O concelho de Braga começou a ter energia, esta segunda-feira, pelas 21h00, mas a RUM sabe que vários pontos permanecem sem eletricidade. O corte de energia tinha acontecido por volta das 11h30 desta segunda-feira, apanhando de surpresa a população dada a demora no regresso à normalidade.

A falha estará relacionada com aumento abrupto da tensão na rede elétrica espanhola, de acordo com o primeiro-ministro, que fez ao final da tarde uma comunicação ao país. 

Município de Braga acionou plano de emergência após reunião da proteção civil no quartel dos Bombeiros Sapadores de Braga

O acesso a postos de combustível e supermercados rapidamente começou a registar uma afluência considerável com várias superfícies comerciais a registarem filas à entrada, o mesmo com bombas de combustível.

O município de Braga ativou o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil e declarou a Situação de Alerta Municipal, como medida preventiva e de gestão da situação. A RUM acompanhou a saída de várias equipas do quartel dos Bombeiros Sapadores de Braga, local onde decorreu a reunião envolvendo diferentes forças da proteção civil. Foram encaminhados camiões com combustível e água a alguns equipamentos incluindo lares de idosos e hospitais. 

O túnel do hotel do Meliã foi encerrado e ao início da tarde foi ligado o gerador que permitiu que o túnel da Avenida da Liberdade se mantivesse aberto. Já o sistema de semáforos esteve desligado ao longo de várias horas o que exigiu atenção redobrada aos automobilistas. Segundo explicou ainda à RUM o vereador da Proteção Civil, Altino Bessa, foram encerradas várias bombas de combustível no concelho para assegurar o acesso a serviços prioritários. No caso de geradores, a proteção civil realizou também um levantamento imediato para a disponibilização destes equipamentos em serviços prioritários. Durante a tarde as equipas trabalhavam num cenário com pouca informação, daí que a opção tenha exigido uma operação no pior cenário (que apontava para a continuidade do apagão até 72 horas).

A ULS de Braga deu nota de constrangimentos pontuais sem afetar a atividade clínica, de acordo com uma nota enviada à comunicação social. Na mesma mensagem era solicitado à população que se deslocasse aos serviços de urgência “estritamente em caso de necessidade”.

A RUM passou junto aos Transportes Urbanos de Braga verificando a saída de algumas viaturas movidas a diesel.

O dia em Braga foi bem diferente do habitual. Grande parte dos estabelecimentos comerciais não funcionou e ao início da tarde, pelas ruas do centro histórico da cidade, comerciantes e pessoas que por ali passavam aguardavam com expectativa o regresso à normalidade. Parte dos lojistas podia ser econtrada à porta dos respetivos estabelecimentos, muitos conversavam entre eles. As lojas permaneciam vazias. A RUM fez uma ronda ao início da tarde e encontrou diversos espaços encerrados, enquanto as lojas estavam vazias e apenas com alguma luz natural na zona de entrada. Relatos sucessivos de poucas vendas, a maioria apenas ao início da manhã, antes de tudo acontecer. Noutras situações, as poucas vendas, apenas a dinheiro, envolviam o registo numa folha A4 com uma esferográfica num regresso a outros tempos.

Pelas ruas, caixas multibanco desligadas, mas vários cafés com esplanadas compostas. Aliás, estes terão sido dos estabelecimentos que menos sentiram o apagão conseguindo durante algumas horas trabalhar com uma certa normalidade.

O que se sabe sobre as causas deste longo apagão?

Entre o final da manhã e o início da tarde muitos conversavam e questionavam o que estaria na origem deste corte de energia, mas a informação era escassa o que deu lugar a várias especulações e à circulação de várias mensagens falsas, nomeadamente via WhatsApp.

O corte de energia elétrica atingiu Portugal e Espanha, mas também outros países europeus. Segundo o primeiro-ministro, "apesar de todas as adversidades resultantes de uma crise inédita, os serviços essenciais mantiveram-se em funcionamento e o Estado revelou capacidade de resposta".

O abastecimento está a ser reposto gradualmente, sendo expetável que o restabelecimento integral ocorra “nas próximas horas”, avançou Luís Montenegro.

Em resposta aos jornalistas, o primeiro-ministro disse ainda não haver causa apurada para o apagão, mas sabe-se que não foi em Portugal, presumindo-se que tenha tido origem na rede espanhola.

A falha estará relacionada com um aumento abrupto da tensão na rede elétrica espanhola.

“Sabemos que foi o aumento dessa tensão que terá feito disparar os mecanismos de segurança que levaram a este apagão”, avançou.

Entretanto, o operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes informou que até às 21:30 estavam ligadas parcialmente 147 subestações, alimentando cerca de dois milhões de clientes, mas não consegue prever a reposição integral.

"Às 21:30 estão ligadas parcialmente 147 subestações, 1.500 megawatts (MW) e alimentados cerca de dois milhões de clientes", disse fonte oficial da empresa à Lusa. Atualmente, existem cerca de 6,5 milhões de consumidores de eletricidade.

No entanto, a E-Redes refere que ainda não é possível fazer previsões da reposição integral, alertando para eventuais demoras na realização da mesma.

A E-Redes "tem mobilizado todo o dispositivo operacional dedicado à execução deste plano, para poder restabelecer a distribuição de energia em território nacional. O plano de reposição da E-Redes é acionado em consequência e em estreita dependência da reposição realizada pela REN", acrescenta.

"Face aos problemas que estão a afetar a rede elétrica nacional, a E-Redes colocou em ação o Plano Operacional de Atuação em Crise, no estado máximo de Emergência às 11:30 desta manhã, com o objetivo de proceder à reposição da energia de forma mais célere possível.

"O Operador de Rede de Distribuição (E-Redes) tem mobilizado todo o dispositivo operacional dedicado à execução deste plano para poder restabelecer a distribuição de energia em território nacional", destaca.

Notícia em atualização

c/RTP

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