A conclusão da Variante do Cávado, que se estima que possa custar cerca de 30Milhões de Euros, poderá encaixar no investimento a realizar na construção da paragem do TGV em Braga, libertando o Município de Braga de um investimento identificado como crucial para reduzir o problema de tráfego automóvel no concelho. Este foi um dos temas em destaque no último programa de debate político da RUM antes da habitual paragem para férias.

A propósito de uma avaliação dos comentadores ao último ano do mandato de Ricardo Rio à frente dos destinos do município de Braga, João Granja notou que a salvaguarda da paragem do TGV em Braga "vai permitir que nos acessos a essa paragem possa haver um contributo para que as infraestruturas acabem também por resolver acessos à cidade". Assim, "a Variante do Cávado pode, eventualmente, vir a encaixar-se neste orçamento, o que dá garantias de uma rápida concretização [um, dois, três anos] de um equipamento que é vital", sublinhou.

Na ótica de António Lima, o executivo municipal de Braga não soube planear atempadamente os investimentos necessários em matéria de acessos alternativos para minimizar os problemas de tráfego automóvel que hoje afetam o dia-a-dia de quem reside em Braga, e de quem se desloca para este concelho pata trabalhar.

"A cidade a crescer economicamente precisava de vias de acesso de quem vinha de fora para trabalhar cá, nada foi feito tirando o bocado da variante, nada mais se fez. Braga continua a sofrer disso e vai continuar. Presumivelmente o Nó de Infias não vai resolver, presumivelmente o metrobus não vai resolver e quem vier a seguir vai ficar com estes projetos, para os implementar, ou, eventualmente, para os repensar", criticou.

No último Praça do Município da temporada, Carlos Neves também insistiu na ideia de que era fundamental concluir a Variante do Cávado, ligando o Nova Arcada a Ferreiros. Defensor da circular externa, "a principal iniciativa e mais prioritária" é a conclusão da Variante do Cávado. "Não a fazendo nessa sequência, estamos a avançar com medidas importantes, mas que não resolvem o problema estrutural como essa resolveria", concluiu.

Recorde-se que a construção da estação de Alta Velocidade em Braga, na freguesia de Semelhe, está prevista no plano da Infraestruturas de Portugal. A localização não é consensual entre as diversas forças partidárias, mas por enquanto não são conhecidos desenvolvimentos nesse processo. Certo é que a paragem de alta velocidade nesta capital de distrito implicará a construção de novos acessos e alguma transformação na mobilidade na cidade de Braga.

A Infraestruturas de Portugal (IP) estima avançar com a construção da linha de alta velocidade Porto-Vigo no ano de 2028 e a sua conclusão em 2032. Em maio deste ano, o presidente da IP recusou afirmar publicamente que a localização da estação estivesse fechada na freguesia de Semelhe, ainda que essa seja a localização apontada.

OUVIR PRAÇA DO MUNICÍPIO COMPLETO