Luís Guedes, que encabeça a lista A nas eleições para os representantes dos estudantes no Conselho Geral da Universidade do Minho, quer refeições gratuitas para estudantes bolseiros. O aluno do mestrado em Sistemas de Informação disse, em entrevista à RUM, que é necessário reforçar o investimento nos Serviços de Ação Social (SAS) para que esta medida avance, considerando-a extremamente necessária face aos custos que as refeições representam para o orçamento mensal dos alunos e famílias. “Percebo que a prioridade seja garantir esses apoios ao ensino obrigatório, mas numa fase em que as licenciaturas e mestrados começam a ser tão comuns, quase parecem obrigatórios para se ter sucesso no mercado de trabalho, este acesso deve ser generalizado (aos alunos com mais dificuldades)”, disse.

Ainda em matéria de ação social, a lista A não acompanha “a visão do ministro Fernando Alexandre”, que não garante que o valor da propina não venha a ser descongelado, a partir do próximo ano letivo. “Ter uma perceção de que o impacto não é muito real nas famílias, porque a propina não é o maior custo, é um falso moralismo. Continuam a haver muitos estudantes que estão no limiar da ação social e mesmo sendo bolseiros têm imensas dificuldades na frequência do ensino superior”, afirmou o candidato.

Para a lista A, “os SAS têm tido dificuldade em manter um nível de qualidade adequado”, no que toca a residências universitárias. “A gestão das residências devia ser ponderada de uma perspetiva mais dinâmica, com mais iniciativas para haver um espírito de coletivo dentro das residências, mas não existem espaços convidativos para os estudantes trocarem ideias”, atirou. Luís Guedes critica ainda que o Governo aumente “a dotação orçamental para custos em residências privadas e mercado privado do que a dotação atribuída para as residências públicas”. O alojamento público para estudantes do Superior vai assim, no entender do estudante, “sair sempre lesado”.

A revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), aprovada pelo Conselho de Ministros em fevereiro, retira representatividade aos estudantes no Conselho Geral, no entender de Luís Guedes. “A vida dos estudantes nas universidades é muito intensa, usufruem das cantinas, espaços de estudo e desportivos e residências e, por isso, têm opinião sobre como melhorar”, justificou o candidato, que considera “injusto fazer uma comparação direta com docentes e investigadores”.

As eleições para o Conselho Geral estão agendadas para 19 de março, através do eVotum.

Há duas listas candidatas a representantes dos estudantes. Além de Luís Guedes, que lidera a lista A, está também na corrida Miguel Martins, que encabeça a lista B.

Pode ouvir as entrevistas aos candidatos na íntegra aqui.