Academia 12.03.2025 22H53
Eugénio Campos Ferreira alinhado com a mais recente proposta de reformulação do CG
Eugénio Campos Ferreira, candidato da lista A ao Conselho Geral, concorda com a mais recente proposta do governo para constituição do órgão. Prevê o aumento da representatividade dos docentes e investigadores, o aumento dos TAG, a diminuição do corpo de estudantes e a entrada de alumni.
O primeiro candidato da lista A pelos representantes dos professores e investigadores no próximo Conselho Geral (CG) da Universidade do Minho, Eugénio Campos Ferreira, admite estar alinhado com a mais recente proposta de revisão do RJIES no que respeita à representatividade de professores e investigadores, estudantes, técnicos administrativos e de gestão e a inclusão de antigos alunos naquele órgão de governo. No que se refere ao futuro CG afirma também que é necessário aproximar o órgão da restante academia e alterar o modelo de reuniões não deixando margem para encontros de trabalho demasiado longos. A candidatura reconhece que é necessário aproximar o órgão da restante academia e propõe para isso a iniciativa "Conselho Geral conversa com..." à semelhança do que acontece há vários anos com o reitor.
Juntos transformamos o futuro é o lema do manifesto deste movimento. Uma candidatura, afiança Eugénio Campos Ferreira, que "não é um mero prolongamento do presente nem é uma rutura desconexa com o passado que nos orgulhamos". "É uma evolução sustentada que pretende valorizar o legado da instituição enquanto projetamos um futuro ambicioso", sublinha. Lembrando que esteve dois mandatos na reitoria, refere ter "orgulho de muito que foi feito nas condições em que foi feito" recordando dois anos e meio de pandemia que condicionaram a universidade.
Ainda sobre a saúde financeira da academia minhota, o candidato admite que foi difícil avançar com investimentos de grande montra, nomeadamente dada a "injustiça" de atribuição de apoios por parte do estado central, e que foram recentemente corrigidos. "Esse subfinanciamento crónico impediu-nos durante muitos anos de colocar em prática medidas várias e é essa capacidade atual, de algum desafogo financeiro, que permite agora outros voos", justifica, assumindo que "há muito a fazer, nomeadamente na recuperação do edificado".
"A valorização das pessoas, a promoção de um ambiente académico colaborativo, o reforço de ligação entre investigação, ensino e a sociedade e a promoção de uma universidade inovadora, sustentável e digital" são algumas das medidas propostas.
Mais recente proposta de revisão do RJIES agrada
"A última [proposta de revisão de RJIES] que temos conhecimento recupera a importância do corpo de professores e investigadores, com cerca de 50%, portanto é um corpo que tem de facto uma importância significativa na determinação da vida da Universidade, não descurando, contudo, a importância que outros corpos têm, nomeadamente o corpo dos alunos, é certo, com uma ligeira redução relativamente à primeira versão do RJIES, a importância também do corpo de pessoal técnico e administrativo está ali também consignada com alguma relativa importância e também a identificação dos antigos alunos, portanto, uma atribuição de importância aos antigos alunos, não nos incomoda, pelo contrário, revemo-nos na distribuição destes quatro corpos em termos de importância para a constituição do Conselho Geral e também para a eventual eleição do reitor”, argumentou.
Reuniões mais práticas, descentralizadas e um novo modelo de auscultação da comunidade académica designado"Conselho Geral conversa com..."
O funcionamento atual do Conselho Geral (CG) da Universidade do Minho é outra preocupação da candidatura encabeçada por Eugénio Campos Ferreira para a representação de professores e investigadores. Reuniões demasiado longas, condução de trabalhos menos atrativa para quem assiste são alguns dos pontos mencionados pelo primeiro representante da lista A, ele que já fez parte deste órgão no passado.
Sugere uma descentralização das reuniões, uma aproximação dos conselheiros dos restantes órgãos e da própria comunidade académica, considerando que algo deve mudar para que se regresse a um modelo semelhante àquele que existia quando Valente de Oliveira era presidente do CG.
O antigo vice-reitor da UMinho, que assume também que a lista A surge num modelo alinhado com a atual reitoria, reconhece “um afastamento do Conselho Geral da própria comunidade académica” associando para tal diversos fatores, nomeadamente “uma menor prestação de contas por parte dos membros do Conselho Geral” (…) assim como uma “desarticulação entre os membros do Conselho Geral e os corpos que os elegeram que importa corrigir”. Nesta medida, o manifesto da lista A sugere o agendamento de “sessões regulares intituladas «Conselho Geral conversa com…», assim como reuniões descentralizadas. Além disso é necessário alterar o modelo de condução dos trabalhos. Eugénio Campos Ferreira nota que as visualizações das reuniões com transmissão em direto no canal de YouTube da Universidade do Minho são “residuais” e que um dos motivos pode ser a sua duração. “Eu estive no Conselho Geral com o Engenheiro Valente Oliveira, que era bastante pragmático nesse particular e as reuniões eram de duas horas, três horas no máximo, de lá para cá passamos para reuniões de um dia, portanto, muito demoradas, a forma de funcionamento do órgão poderá ser melhorada para reuniões mais práticas, mais pragmáticas e que sejam de maior interesse para quem pretende inteirar-se e assistir, compete ao órgão essa redefinição”, esclarece.
Balcão único digital de apoio à investigação
A ideia é dar maior capacitação da unidade de serviços de apoio aos projetos de investigação. O balcão "deverá ter a vertente física e virtual para permitir um esclarecimento mais correto, capacitação para facilitar a candidatura a projetos, assim como depois a execução e contratação. Traduz-se assim numa "aposta forte na atração de financiamento internacional", explica.
Previstas cem aposentações na UMinho durante o próximo ano
Sobre o quadro de professores e investigadores e a necessidade de rejuvenescimento, o candidato vinca que a UMinho tem vindo a fazê-lo e vai continuar com novos recrutamentos, mantendo a atratividade para novos públicos, novos alunos. "O nosso programa preconiza medidas no planeamento dessas transições para carreiras estáveis de professores. Estamos a aproveitar o FCT Tenure muito bem", avalia. Notando que é preciso "planear com antecedência", admite que há áreas "mais impactantes", antecipando também o surgimento de novas áreas.
Mecenato ou "figuras parecidas" como parte da solução para intervenções nos edifícios
Muitos dos edifícios da Universidade do Minho apresentam debilidades que se tornaram problemas maiores por falta de manutenção ao longo dos anos. A questão não é desvalorizada pela equipa que Eugénio Campos Ferreira lidera. O antigo vice-reitor da academia minhota fala na necessidade, em determinadas situações, de "intervenções profundas" e defende como uma das soluções "mecenato e figuras similares a mecenato". Considera que o edifício do Castelo, que será recuperado com fundos comunitários, capital próprio da Universidade do Minho e o apoio de 1Milhão de Euros por parte do Município de Braga, é "um bom exemplo" de recuperar edificado com menor custo para a instituição, sobretudo em edifícios mais históricos e emblemáticos.
Também por isso, Eugénio Campos Ferreira confidencia que a UMinho "tem que investir muito mais na interação, desde logo, com os alumni, que podem também, por essa via, ser financiadores de alguns destes investimentos na recuperação de edificado".
UMinho poderá ter Encontro Bianual de Artes e Cultura
No Conselho Cultural, há um conjunto de propostas que visam trazer também uma nova dinâmica, nomeadamento o a criação de um encontro bianual de artes e cultura. "Podemos aproveitar o conhecimento que é desenvolvido nos nossos laboratórios e, acima de tudo,também a inserção no espaço europeu, a internacionalização da cultura e a nossa inserção na Universidade Europeia Arqus, são também algumas das medidas que preconizamos. O conjunto de eventos que nós inscrevemos, obviamente que precisarão de parceiros, nestemomento não lhe consigo apontar que parceiros são esses", admitiu ainda.
A Lista A liderada por Eugénio Campos Ferreira candidata-se aos 12 lugares reservados para representantes de professores e investigadores. Pela frente terá a lista B, liderada por Pedro Arezes.
Recorde-se que o Conselho Geral é o órgão colegial máximo de governo e de decisão estratégica da Universidade, vinculando a sua ação à realização da missão da Universidade e à prossecução do interesse público, de acordo com o estabelecido no artigo 28.ᵒ dos Estatutos.
Nos termos do disposto no artigo 30.ᵒ dos Estatutos, o Conselho Geral é composto por 12 representantes de professores e investigadores; quatro representantes de estudantes; um representante do pessoal não docente e não investigador e seis personalidades externas de reconhecido mérito. O seu presidente é eleito por maioria absoluta, de entre os seus membros externos.
A campanha eleitoral termina no dia 17 de março, segunda-feira, data em que a RUM modera o último debate entre os dois candidatos. Um debate agendado para as 17H30 no Campus de Gualtar, com transmissão em direto na antena da Rádio Universitária do Minho.
A eleição do futuro Conselho Geral da UMinho acontece em 19 de março, através da plataforma evotUM.