Cultura 06.02.2025 07H01
Francisco Fontes explora fronteira entre música e literatura no gnration
Concerto do compositor está agendado para 21h30, na blackbox do espaço bracarense.
Acompanhado por um elenco de músicos, Francisco Fontes sobe ao palco da blackbox do gnration como o sexto convidado do ciclo Radiografia, esta sexta-feira, pelas 21h30, numa mistura de literatura e música.
Natural de Braga, o músico tem vindo a destacar-se no panorama da música contemporânea nacional e internacional, o que o levou a apresentar uma peça a partir de excertos da obra de Fernando Pessoa. Aos microfones da RUM, Francisco Fontes adianta que vão ser apresentadas quatro obras, “duas para percussão, uma percussão eletrónica e outra percussão a solo”.
O compositor ressalta que a paixão por criar a partir da literatura surgiu aquando do mestrado em ópera, em Londres. Sublinha que os textos criam uma nova camada no imaginário para composições e que que gosta também de “perceber quais são exatamente as fronteiras” entre esses dois mundos. “Interessa-me não só utilizar texto para a música que crio, mas também conceitos que têm uma origem mais literária, como por exemplo narrativa”.
O músico confessa que gosta de escrever “para instrumentos acústicos à moda antiga”, além de explorar “sonoridades eletrónicas”, mas considera-se um compositor “abrangente, que gosta de explorar áreas diferentes e que gosta de relacionar música com literatura”.
Francisco Fontes sobe ao palco do espaço bracarense acompanhado pela soprano Raquel Mendes, pela pianista Ana Isabel Santos, pelo Pluris Ensemble – em formato de duo de violinos constituído por Pedro Oliveira e Joaquim Pereira –, pelo percussionista João Miguel Braga Simões e pelo compositor Pedro Lima, na apresentação de uma peça eletrónica. Durante o concerto, apresenta ainda uma video-dance criada em parceria com a coreógrafa Daniela Cruz e o realizador André Constantino.
O músico confidencia que tentou “ser fiel à proposta do gnration” e que o público pode esperar uma “radiografia” daquilo que são os interesses musicais de Francisco Fontes. “Uma variedade ou um confronto entre a acústica e música de outra origem, de origem eletrónica, que se calhar também me traz uma dimensão diferente da minha autoria”, resume.