Cultura 20.02.2025 13H01
Griot 3000 quer reafirmar a herança africana na música em concerto no gnration
Composto por seis músicos de três continentes, o coletivo sobe ao palco do espaço bracarense este sábado.
Contar histórias e valorizar as raízes africanas. Com este mote que Rodrigo Brandão junta seis artistas numa formação inédita no projeto ‘Griot 3000’. O coletivo sobe ao palco do gnration este sábado.
O sexteto composto pelo brasileiro, com o guineense Braima Galissá, na kora, o senegalês Dudù Kouaté, na percussão, os portugueses Luís Vicente, no trompete, e Carla Santana, na eletrónica, e ainda otambém brasileiro Thiago Leiros-Costa, na guitarra, encerra em Braga a digressão que deve gerar um disco ao final do projeto. Aos microfones da RUM, Rodrigo Brandão, aponta que ancestralidade e a oralidade são palavras-chave deste concerto e que o grupo entendeu que isso é uma forma não oficial, de “contar e passar as histórias da tribo de geração em geração”, refere.
Os Griô, em francês ‘Griot’, também chamados 'jali' ou 'jeli', são indivíduos que na África Ocidental têm por vocação preservar e transmitir histórias, conhecimentos, canções e mitos do seu povo. Por isso, aponta, foi escolhido este nome, por ter “tanto Braima Galissá quanto Dudù Kouaté vir de linhagens ‘griot’ genuínas e quando acrescenta-se o '3000', cola-se um adesivo de contemporaneidade nele”.
Rodrigo Brandão aponta também que a mistura de influências e origens resulta em sons “meditativos e espirituais, ora delicados, ora intensos", que resume em “Afrofuturismo, composto em tempo real”. O espetáculo, sublinha, é feito para homenagear “três dos maiores ritmistas que já passaram por essa terra” Tony Allen, Fela Kuti, e Ivan 'Mamão' Conti, do Azymuth e Naná Vasconcelos.
Desta experiência, o responsável por encabeçar este projeto afirma que vai resultar um disco, que está a ser preparado durante a residência realizada em Coimbra que antecede ao concerto em Braga.