ºC, Braga
Braga

Max º Min º

Guimarães

Max º Min º

Foto: A Oficina
Maria Carvalho

Cultura 06.02.2025 12H43

GUIdance arranca hoje com espetáculo de flamenco

Escrito por Maria Carvalho
Este ano o festival traz um cartaz recheado de espectáculos de alguns dos coreógrafos mais inovadores do mundo.
Declarações do diretor artístico do GUIdance, Rui Torrinha:

false / 0:00

A 14.ª edição do GUIdance – o Festival Internacional de Dança Contemporânea de Guimarães arranca esta quinta-feira, dia 6 de fevereiro, e estende-se até dia 15 de fevereiro. No programa constam nove espetáculos, incluindo várias estreias absolutas e nacionais e coproduções, masterclasses, conversas, debates, cinema, visitas às escolas, ensaios abertos e encontros com a comunidade.


Em conversa na rubrica da RUM, Pop Up, o diretor artístico do festival, Rui Torrinha, explica a palavra “outralidade” – um neologismo que liga conceptualmente esta edição do GUIdance. "Gostamos de inventar palavras para coisas que são maiores do que aquilo que conhecemos, ou seja, quando temos um horizonte que é mais largo e que as palavras não conseguem explicar, tentamos encontrar uma", refere. 


Rui Torrinha nota que o festival "está constituído numa espécie de constelação". "Há vários núcleos dentro do festival sendo que um deles é um foco sobre o flamenco. Há uma razão forte para o fazermos, que tem que ver com a recuperação das tradições e a ideia de, a partir das tradições, seguir caminho", comenta o diretor artístico, destacando o espetáculo desta quinta-feira de Rocío Molina, numa apresentação em estreia nacional com 'Al Fondo Riela (Lo Outro Del Uno)'.


Esta é uma peça sobre a perda da realidade, onde Molina (premiada com um Leão de Prata da Dança na Bienal de Veneza em 2022) dança farrucas, seguiriyas, bulerías e soleás, numa luta constante com a sua própria imagem, mergulhando nas profundezas dos seus medos para se libertar de todos os seus fantasmas. Seguindo os passos de pioneiros como Israel Galván, Molina desafia os dogmas da tradição ao reinventar um flamenco que respeita a sua essência e abraça a vanguarda. 


Às 19h00 desta quinta-feira, o 'Bailar fora de Casa' abre oficialmente o festival. "O GUIdance começa com quem quiser aparecer para dançar e que não precisa ser votado tecnicamente para o fazer. E, lá no meio, estará a coreógrafa e bailarina María del Mar Suárez, que vai também dançar connosco", acrescenta.


Na sexta-feira, 7 de fevereiro, María del Mar Suárez, La Chachi e a cantora Lola Dolores embarcam numa interpretação pessoal da crueza intensa do taranto, um estilo do flamenco originário da zona de Almería. Em 'Taranto Aleatorio', a história desenrola-se em torno de duas mulheres que partilham um espaço quotidiano, seja um parque, à porta de uma casa ou um pátio. Entre conversas e momentos de silêncio íntimo, a narrativa é interrompida pela dança e pelo canto. Numa abordagem aleatória do taranto, a coreografia nasce como um delicado redemoinho até se transformar numa enorme tempestade, marcada por gestos irreverentes, pelo humor e o inesperado. Este é um dos espetáculos selecionados no âmbito da rede europeia de apoio à dança contemporânea emergente Aerowaves, onde se inclui o Centro Cultural Vila Flor como presenting partner.   


A informação completa em torno do GUIdance 2025 encontra-se disponível online aqui.

Deixa-nos uma mensagem