Regional 06.08.2019 11H39
Há famílias brasileiras a preparar vinda para Braga até 2022
Número de famílias brasileiras da classe média/alta vai continuar a aumentar em Braga e no país.
Ainda faltam chegar "muitos brasileiros" a Portugal e a Braga. A garantia é deixada à RUM por Alexandra Gomide, presidente da Associação União, Apoio e Intregação. Com mais de 30 mil brasileiros no distrito, muitas famílias começaram a chegar nos últimos dois anos a diferentes concelhos da região, com especial destaque para Braga. Famílias, sobretudo, da classe média alta.
Há um pouco de tudo, famílias com filhos pequenos que encontram no Minho um território seguro para viver com qualidade de vida, muitas apostadas em montar os seus próprios negócios, outras que vivem dos rendimentos de investimentos que têm do outro lado do Atlântico. Há também quem encontre em Braga, a cidade ideal para viver assim que chega a idade da aposentação.
Estima-se que sejam já mais de 15 mil só no concelho de Braga. Gostam das acessibilidades, da qualidade de vida, do preço das casas e da proximidade com o Porto. Por cá sentem-se em segurança e ficam impressionados com os grupos de jovens que circulam sem a companhia dos adultos em pleno centro da cidade, algo muito distante do que acontece no Brasil actualmente.
Os vídeos e publicações nas redes sociais feitas por brasileiros a viver em Braga continuam a animar e convencer aqueles que ainda equacionam ficar ou sair do Brasil e Alexandra Gomide, a viver em Portugal desde 2016, pode muito bem ter sido a fonte de inspiração para dezenas de famílias brasileiras que continuam a chegar ou a estudar Braga para viver.
Alexandra Gomide criou a Associação UAI - União Apoio e Integração da comunidade luso-brasileira em Portugal e é a convidada desta terça-feira no programa de grande entrevista da RUM, Campus Verbal.
Natural de Minas Gerais, tem 49 anos, dois filhos, era professora universitária no Brasil e passou mais de um ano a preparar a vinda da sua família para Portugal. Lá, a preocupação constante era o aproximar da adolescência dos filhos, altura em que teria de os ver sair livremente de casa para a rua onde reina a insegurança. Esse medo constante levou-a a estudar durante um ano, ao pormenor, a vinda para Portugal. Decidiu-se pelo Algarve, região que estudou ao detalhe. Voaram directamente para Faro, onde aterraram em 2016, mas longe de se adaptarem àquela realidade. Foram subindo e pararam em Cascais, mas também não era aquele "o ambiente". Mais a Norte instalaram-se em Aveiro, mas continuava a faltar alguma coisa. Decidiram procurar cidades perto do Porto e enconteraram, ao acaso, Braga, cidade onde vivem desde então e para onde Alexandra Gomide tem atraído cada vez mais famílias brasileiras. Sem se aperceber tornou-se "influencer" com as suas publicações nas redes sociais [olhar brasileiro Portugal] onde vai partilhando as suas descobertas na cidade, no Minho, no país e até na Galiza.
Na entrevista, que pode ouvir na integra a partir das 20h10 desta terça-feira na antena da Universitária (97.5FM ou em rum.pt), Alexandra Gomide afirma que "faltam chegar muitos brasileiros". "Ainda tenho muitas mensagens de brasileiros que se estão a organizar para 2021, 2022, mesmo lá para a frente. O perfil do brasileiro que está vindo são famílias, com filhos jovens", disse, acrescentando que os eventos organizados em Braga demonstram bem o número de crianças brasileiras. "Nos eventos que organizamos temos que ter o espaço criança porque há sempre entre 300 a 500 crianças", confessa.
Além de famílias mais jovens, há cada vez mais reformados. "Na comunidade que está no Brasil recebo também muitas mensagens de pessoas que estão a organizar-se à espera que saia a reforma para partir para Portugal", revela.