Regional 21.01.2025 11H59
INL integra EU Chips Act e investe 14 milhões de euros em equipamento
Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia participa em três iniciativas do projeto EU Chips Act focados na produção de semicondutores, retenção de talento e disponibilização de conhecimentos a empresas, startups e academias.
O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) integra o European Chips Act, uma iniciativa estratégica da União Europeia para reforçar a capacidade de produção de semicondutoresno velho continente. Um campo em que a Europa perdeu terreno, principalmente durante a pandemia de covid-19, provocando uma crise em setores como o automóvel.
O INL participa na Linha Piloto Advanced Packaging and Heterogeneous Integration of Electronic Components and Systems (APECS), financiado em 20 milhões de euros, dos quais 14 milhões serão canalizados para a aquisição de equipamento.
O EU Chips Act está no terreno desde o final de 2024. A iniciativa é coordenada pela Fraunhofer-Gesellschaft (Alemanha) e cofinanciada pela Chips Joint Undertaking, em colaboração com autoridades de financiamento de vários países europeus, onde se inclui Portugal.
O líder do grupo de investigação em Spintrónica no INL, Ricardo Ferreira, acredita que este projeto estratégico irá ajudar o velho continente a recuperar o espaço que perdeu quando decidiu desinvestir nesta área.
“Esta é uma indústria muito importante e com vários tipos de aplicações, desde logo na saúde, mobilidade, entre outros. Portanto, esta iniciativa vai permitir ao INL e ao país recuperar algum desse espaço perdido”, afirma.
A meta passa aumentar a participação da Europa no mercado global de semicondutores de 8% para 20% até 2030.
Quanto às tecnologias que pretendem trabalhar estão relacionadas com a exploração de materiais 2D, como o grafeno, tecnologias que exploram propriedades mecânicas do silício e que integram dispositivos também com propriedades óticas, tecnologias fotónicas, que exploram a luz, e tecnologias de spintrónica que exploram a interação entre materiais magnéticos e materiais elétricos.
O INL integra duas outras linhas do EU Chips Act: o Centro de Competências em Portugal, do qual é coordenador, direcionado para o treino e retenção de talento, visto que é estimado que a procura por recursos humanos nesta área venha a “triplicar”.
“É preciso chamar à atenção os jovens que estão a ingressar nas universidades para esta área e para as suas oportunidades”, frisa.
O INL tem ainda uma participação na Plataforma de Design, de acesso aberto a empresas, startups e academias. Trata-se de uma tentativa da União Europeia de criar uma “estrutura que permita o desenho de chips sem recorrer a tecnologias comerciais” e sendo de acesso aberto possibilita que qualquer pequena ou média empresa possa utilizar este conhecimento para o desenvolvimento destes dispositivos.