A Comissão Europeia lançou recentemente o relatório 'Quadro Europeu para a Diplomacia Científica', com recomendações para Bruxelas atuar de forma mais estratégica no cenário mundial. O dossier resulta do trabalho de 130 cientistas e diplomatas, incluindo João Mourato Pinto, da Escola de Economia, Gestão e Ciência Política (EEG) da Universidade do Minho.

Em entrevista ao programa UMinho I&D, o politólogo explica que a ciência pode ser uma forte aliada da política internacional da União Europeia para “jogar num xadrez mundial que é cada vez mais complexo”.

A diplomacia científica “tem sido este olhar para a ciência e perceber como pode ajudar a política internacional, em particular a União Europeia, a ser mais assertiva, mais presente e a ter mais poder, numa balança que se vai lentamente desequilibrando em favor de outros polos”, acrescenta.

O doutorando em Ciência Política e Relações Internacionais pela UMinho coliderou um dos subgrupos de trabalho do novo relatório, que recomenda criar uma plataforma em que vários atores (universidades, laboratórios, entidades, empresas, entre outros) se possam registar livremente para contribuir para a diplomacia científica e que “vai de facto acontecer”, concretiza.

“Eventualmente, no próximo Programa-Quadro, talvez tenhamos esta plataforma, que vai permitir ligar não só cientistas, mas também empresas, start-ups, multinacionais, para que possam cooperar em rede”, revela.

O investigador lembra ainda o papel “fundamental” das universidades, que são “incontornáveis” na divulgação da diplomacia científica.

Uma das sugestões do relatório é a de incorporar este pensamento “no design dos cursos” e “não necessariamente em Relações Internacionais”.

João Mourato Pinto, professor assistente convidado da Escola de Economia, Gestão e Ciência Política da UMinho esteve à conversa com a RUM, uma entrevista que pode ser ouvida em podcast.