Academia 22.06.2023 11H43
Jejum intermitente demonstra melhorias na pressão arterial e gordura acumulada
Estudo de dois alunos do 4º ano do curso de Medicina da Universidade do Minho viram o seu trabalho publicado no “Journal of Clinical Medicine”.
O jejum intermitente demonstrou melhorias na pressão arterial e na redução de gordura acumulada em pessoas obesas e hipertensas. Os dados resultam de um estudo elaborado por dois estudantes do segundo ano do mestrado em Medicina da Universidade do Minho, Inês Silva e Manuel Direito, que, entretanto, foi publicado no “Journal of Clinical Medicine”.
O estudo teve por base uma meta análise de uma centena de artigos científicos publicados em todo o mundo sobre os vários tipos de jejum e os seus efeitos.
A RUM conversou com Manuel Direito, um dos estudantes responsáveis pelo trabalho, que revela que a opção mais benéfica, de acordo com a literatura, é o jejum alternado, ou seja, em diferentes dias da semana. Desta forma, os indivíduos acabam por "ingerir menos quantidades, por exemplo, cerca de 500 a 800 calorias, mas nunca são privados na totalidade dos nutrientes".
Em alguns géneros de jejum intermitente, os indivíduos podem ficar privados da ingestão de alimentos durante 12 a 18 horas.
As pessoas obesas e com síndrome metabólica foram as mais beneficiadas, tendo melhorias na pressão arterial, na regulação dos lípidos e na redução de gordura acumulada. Para quem tem diabetes tipo 2, o impacto foi mais associado à regulação dos níveis de insulina e glicose, visto que a condição é mais "complicada de geris, pois, os pacientes estão medicados".
Questionado sobre as razões que levaram o grupo a optar por este tema, Manuel Direito diz que o ponto de partida foi a "polémica em redor do jejum intermitente e das dietas e nutrição no geral". Quanto à possibilidade de avançar para uma investigação no campo, o estudante revela ser "complicado", mas se surgir essa oportunidade a equipa irá avançar.
O trabalho foi realizado nos últimos dois anos no âmbito de uma disciplina do mestrado integrado em Medicina da UMinho. O trabalho teve a coautoria e supervisão das docentes Filipa Pinto-Ribeiro e Paula Ludovico e da investigadora Belém Sampaio-Marques, todas do Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS).