Cultura 01.03.2024 16H15
John Scofield, Dave Holland, Irreversible Entanglements, Amaro Freitas, Hedvig Mollestad no Julho é de Jazz
O evento bracarense celebra a décima edição.
Na décima edição, o Julho é de Jazz vai além do pátio exterior do gnration e toma também conta da sala principal do Theatro Circo. O ciclo, que se iniciou em 2015, celebra dez edições com sete concertos e dois documentários, que se vão espalhar pelos dois espaços culturais da cidade de Braga.
Os portugueses Carlos Bica, Mário Costa e Bruno Pernadas dão o pontapé de saída para o Julho é de
Jazz com um concerto, no gnration. Este trio juntou-se pela primeira vez em 2023, a convite do Jazz ao Largo, em Barcelos. Um ano depois, Bica, Costa e Pernadas voltam a reunir-se em palco, desta vez numa encomenda do gnration, onde se vão cruzar com dois jovens músicos de referência internacional. A violinista e compositora francesa Héloïse Lefebvre e o trompetista luso-brasileiro Gileno Santana juntam-se para este concerto.
No dia seguinte, 5 de julho, pelas 21h30, o Julho é de Jazz ruma pela primeira vez ao Theatro Circo para
apresentar o coletivo free-jazz americano Irreversible Entanglements, quinteto constituído pela
poetisa/vocalista Camae Ayewa (mais conhecida por Moor Mother), o baixista Luke Stewart, o
trompetista Aquiles Navarro, o saxofonista Keir Neuringer e pelo baterista Tcheser Holmes. Regressam a
Portugal para apresentar o último disco 'Protect Your Light' (2023), editado pela Impulse!
Records, nomeado pela grande maioria da imprensa especializada internacional como um dos discos do
ano.
Na tarde de sábado, 6 de julho, o festival começa no gnration, às 18:00, com concerto de André Pizarro Pepe. Natural de Braga, o contrabaixista foi membro e compositor da banda Bruma e trabalhou com Ângela Polícia no disco “Apùtece-me!” (2019). Ladeado de Masha Soeiro, no piano, Ivo Rodrigues, no trompete e Raúl Areias, na bateria, Pepe dará a conhecer “Ecos, Vol. 1”, o primeiro disco em nome próprio, lançado em 2024, bem como outras composições inéditas num concerto que contará ainda com outros músicos convidados.
No mesmo dia, pelas 21h30, é a vez do duo de improvisação, John Scofield e Dave Holland, se apresentar no Theatro Circo. Já Marie Kruttli estreia-se em Portugal no segundo fim-de-semana do Julho é de Jazz, no pátio exterior do gnration.
A 11 de julho, a pianista, compositora e produtora natural da Suíça antecipa um novo disco gravado no final de 2023. Acompanhada pelo baixista Lukas Traxel e pelo baterista Gautier Garrigue, esta estreia em território nacional será a oportunidade para ouvir, em primeira mão, estas novas composições que têm lançamento previsto para outubro de 2024 pela editora INTAKT.
No dia seguinte, a 12 de julho, o “stonerswing” e “doomjazz” de Hedvig Mollestad vão estar no gnration. A música da norueguesa junta influências que vão do hard rock e metal até ao jazz de John Coltrane e à música de improvisação contemporânea. A liderar de guitarra em punho, Hedvig Mollestad sobe ao palco acompanhada por Ellen Brekken, no baixo, e Ivar Loe Bjørnstad, na bateria. O heavy rock, o free jazz e o prog misturam-se nas mãos dos três artistas.
No dia 13 de julho, último dia de Julho é de Jazz, o Theatro Circo recebe o brasileiro Amaro Freitas. Desta vez, apresenta-se em formato trio, tendo ao seu lado Aniel Someillan no contrabaixo e Rodrigo “Digão” na bateria. Juntos apresentam “Y ́Y”, disco editado pela norte-americana Psychic Hotline, destacado esta semana pelo New York Times, é referido como um trabalho que é uma homenagem à floresta, em especial à floresta da Amazónia e aos Rios do Norte do Brasil.
A décima edição conta também com a apresentação de dois documentários com enfoque no universo
deste género musical. O primeiro, “Jazzé Duarte”, do realizador Jorge Paixão da Costa, aborda o trabalho de José Duarte, numa sessão marcada para o dia 3 de julho, às 21h30 no Theatro Circo. O documentário “Cairo Jazzman”, do realizador Atef Ben Bouzid, será exibido no dia 10 de julho, pelas 21h30, centrado no Cairo Jazz Festival e no seu fundador, Amr Salah.