Regional 05.10.2024 11H04
Junta S. Victor. Ocupação da Fábrica Confiança é uma realidade e um perigo para a saúde pública
Premissa é defendida pelo presidente da Junta de S. Victor, Ricardo Silva, que, esta quinta-feira, visitou o local. No edifício estavam cinco cidadãos, sendo que um estará a pernoitar no espaço.
A ocupação da antiga Fábrica Confiança por parte de sem-abrigo e cidadãos com dependências não é uma ocasionalidade. A garantia é da Junta de Freguesia de S. Victor que, esta quinta-feira, visitou o local e publicou algumas fotografias na sua página na rede social Facebook para comprovar que esta não é uma situação “extemporânea”, como defendeu a vereadora com o pelouro que tutela as obras municipais, Olga Pereira, na reunião de 30 de setembro da Assembleia Municipal de Braga.
De acordo com o presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, nas instalações da antiga saboaria estavam cinco indivíduos, sendo que um estará mesmo a pernoitar "há mais de uma semana" no espaço que, espera-se, em breve seja transformado numa residência universitária.
"Quisemos provar que, efetivamente, isto mantém-se e até tende a agravar-se. Tão preocupante como esta ocupação ilegal é precisamente aquelas condições absolutamente indignas que aquelas pessoas ali têm", realça. Além disso, Ricardo Silva alerta para o perigo em termos de saúde pública, visto que "neste momento há muitos resíduos associados à toxicodependência: pratas e seringas que ficam ali expostos ao ar livre. Nós tememos que, sobretudo com o inverno que os tetos possam vir a desabar, ou até que ocorram incêndios", adianta.
O presidente da maior freguesia do concelho de Braga pede um reforço do policiamento na zona assim como o acompanhamento destas pessoas com dependências que, diz, "merecem um melhor acompanhamento do ponto de vista social", nomeadamente, ao nível da "integração em alguma estrutura residencial".
Nós conseguimos perceber que aquilo é uma espécie de sala de chuto, que os toxicodependentes usam aquele espaço por ser mais privado, e, portanto, acabam por ir lá consumir
Ricardo Silva recorda também que este é um edifício classificado como imóvel de interesse público, logo deve ser protegido. "É preciso fechá-lo melhor e aprimorar as rondas da Polícia Municipal porque o que queremos é que aquele edifício seja um orgulho e não uma vergonha para a freguesia ou para a cidade", declara.
O presidente da junta fala na premência de devolver o “sentimento de segurança” aos fregueses, principalmente da Rua de São Victor-o-Velho, onde há relatos de cidadãos a “avançarem varandas” e deflagração de pequenos fogos que causam o pânico junto da população mais idosa, segundo relatou à Universitária.
O autarca deixa no ar se de facto a Polícia Municipal tem patrulhado a zona, uma vez que um dos ocupantes garante que estar há uma semana "absolutamente tranquilo" no local.
Contactada pela RUM, a vereadora Olga Pereira remete para as explicações dadas à Universitária na passada terça-feira, 1 de outubro, sobre o mesmo assunto. A autarca frisa que este é um edifício que se encontra “em ruína e, portanto, tem vários pontos de entrada e, de vez em quando, há violação de um dos pontos e há entradas ilegítimas”. A vereadora aguarda mais informações por parte das forças de segurança que “têm feito passagens regulares pelo local”.