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Maria Carvalho

Internacional 23.07.2024 12H36

Eleições nos EUA. Kamala é a escolha "óbvia", mas não a obrigatória

Escrito por Maria Carvalho
Em conversa com a RUM, José Palmeira, especialista em ciência política, analisou a situação interna dos EUA depois da desistência de Biden.
Declarações de José Palmeira à RUM, sobre a desistência de Joe Biden.

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Ainda que Kamala Harris seja a opção óbvia para a corrida à Casa Branca, não tem, necessariamente, de ser ela.

A convicção é de José Palmeira, professor de Ciência Política na Universidade do Minho, que, em entrevista à RUM, reflee sobre as implicações da desistência de Biden e prevê alguns cenários. “Várias figuras influentes do partido estabeleceram uma pressão que veio a público sob o presidente no sentido de ele abdicar a favor de uma outra personalidade do partido”, disse. “Agora coloca-se a questão, naturalmente, de quem é a alternativa a Biden. A que se afigura como óbvia é a vice-presidente Kamala Harris”, começa por analisar.


Para José Palmeira, os delegados que foram eleitos na base do seu apoio a Biden “não têm necessariamente que apoiar um outro candidato”, mas como faltam menos de três meses para as eleições, o docente admite existir alguma celeridade no processo de decisão: “O Partido Democrata tem todo o interesse em resolver este imbróglio o mais cedo possível, porque as eleições são daqui a pouco mais de três meses e o partido tem que se concentrar nos adversários, nos candidatos do Partido Republicano”, acrescenta.


“Para a Europa não é indiferente uma vitória dos democratas ou de Trump, na medida em que é sabido que os democratas têm alinhado muito mais com uma postura de colaboração e cooperação da União Europeia do que Trump”, salienta também. Com Biden de fora, a retórica do “candidato incapaz e velho” de Trump perde força. “É verdade que Trump é especialista em tirar partido de todas as situações e acaba sempre por encontrar algo que procure valorizar-se perante os outros”, afere.


Swing states são cruciais para os resultados


José Palmeira relembra que as eleições norte-americanas se distinguem (e se decidem), nos chamados “swing states” – “naquela meia dúzia de estados que costuma mudar de posição”. Caso Kamala Harris seja a escolhida, José Palmeira aponta para a probabilidade de escolha um vice-presidente de um estado do interior, que esteja dividido em quem votar, como forma de compensar o estado democrata que Kamala representa. 

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