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Nuno Gonçalves / UMinho
Vanessa Batista

Academia 14.01.2025 22H32

Lançamento do PROMETHEUS-1 decorreu sem erros

Escrito por Vanessa Batista
Dentro de uma semana, o veículo que tem a bordo o satélite ´made in UMinho` irá lançar o mesmo no espaço.

Eram exatamente 19h09 quando o Falcon 9, da Space X, seguiu em direção ao espaço sem qualquer tipo de contratempo. A bordo seguiam dois dos novos satélites portugueses: o PROMETHEUS-1, um equipamento que pretende aproximar o espaço da sala de aula, e o PoSat-2, da LusoSpace.


Algumas dezenas de convidados e alunos estiveram, esta terça-feira, a assistir a este momento na nave do campus de Azurém da Universidade do Minho. Pode assistir à cerimónia aqui.


De acordo com o professor responsável, Alexandre Ferreira da Silva, do Departamento de Eletrónica Industrial da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, só daqui a uma semana será possível perceber se a missão foi realmente um sucesso, visto que apenas nesta altura o veículo espacial irá libertar para orbita o PROMETHEUS-1.


Caso consigam manter contacto com este satélite, do tamanho de um cubo mágico, serão posteriormente trabalhados em sala de aula dados relativos à sua temperatura, estado das baterias e comunicação, uma vez que o equipamento está equipado com um rádio que irá captar som no espaço. Dados que serão analisados não só por alunos do curso de Engenharia Aeroespacial como de Telecomunicações e Engenharia Eletrónica, Industrial e Computadores.


O Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, não deixou de fazer parte deste momento histórico, ainda que numa comunicação à distância. O governante frisou o facto de Portugal estar a acompanhar e fazer parte do desafio lançado pela Europa no que toca ao espaço. Uma palavra também para o sistema científico e tecnológico português, em particular à Universidade do Minho, que para o Ministro está “na linha da frente”.


Fernando Alexandre adiantou ainda que Portugal alargou, até 2030, a parceria com a Universidade Carnegie Mellon, dos Estados Unidos da América, que produziu a plataforma inicial do PROMETHEUS -1, no sentido de “potenciar a capacidade já existente em Portugal” e dar respostas às grandes agendas europeias no que toca, a título de exemplo, à segurança e ambiente.


Já para o reitor da Universidade do Minho, o lançamento do PROMETHEUS-1 não é apenas um marco tecnológico e científico, mas também uma oportunidade de trazer esperança e progresso à comunidade. Rui Vieira de Castro acredita que este satélite poderá ser um “agente de mudança” e exemplo do uso da tecnologia com base em valores de ética e responsabilidade.


Questionado sobre a ambição de partir para o lançamento de um PROMETHEUS-2, o responsável máximo da UMinho realça que a estratégia da academia está traçada e passa por uma “posição forte na formação avançada”.


 “Queremos ser uma força no domínio da investigação científica relevante nesta área da Engenharia Aeroespacial”, afirma Rui Vieira de Castro.


Além da construção de equipamentos, a UMinho deseja ter um papel ativo no tratamento, agregação e exploração dos dados recolhidos por estas máquinas.


O presidente da Escola de Engenharia, Pedro Arezes, sublinhou durante o seu discurso a rapidez da consolidação do projeto ligado à Engenharia Aeroespacial, que nasceu há sensivelmente seis anos. O caminho será de afirmação de uma marca identitária que pretendem seja de uma “escola e universidade de investigação”.


Em breve, os primeiros alunos da licenciatura vão ingressar no mercado de trabalho. Atualmente, começam a ser discutidas as primeiras teses de mestrado nesta área.


UMinho e Força Aérea Portuguesa assinam protocolo de colaboração


Trata-se de uma forma de aproximação da Força Aérea Portuguesa à Universidade e, em particular, aos estudantes da academia.


De acordo com o Coronel Carlos Batalha, chefe da divisão de inovação e transformação organizacional na Força Aérea, em representação do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o General João Cartaxo Alves, este protocolo tem como objetivo “agregar valor operacional, no âmbito da defesa, a todo o conhecimento passível adquirido nas universidades e transferir o mesmo para as empresas nacionais”. Desta forma, estarão a incrementar o potencial de Portugal no espaço.


Esta ligação à UMinho, pretende também “abrir mentalidades”, neste caso aos alunos da instituição sobre o uso dual do espaço. “Queremos demonstrar que poderão existir áreas de conhecimento que podem ser utilizadas para a defesa”, declara.

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