O escritor húngaro László Krasznahorkai foi, hoje, laureado com o Prémio Nobel da Literatura 2025. Segundo o Comité Nobel, esta distinção deve-se à "obra convincente e visionária que, no meio de um terror apocalíptico, reafirma o poder da arte", anunciou esta quinta-feira o Comité Nobel na Academia Sueca, em Estocolmo.

Era este o escritor que liderava a preferência nas casas de apostas, entre nomes como Amitav Ghosh, Haruki Murakami e a Can Xue. Autor de romance, ficção e guiões para cinema, colaborou com o realizador húngaro Béla Tarr na adaptação do seu primeiro romance 'O Tango de Satanás'.

De acordo com António Ferreira, autor do programa 'Livros com RUM', "Krasznahorkai é muito influenciado por contextos apocalípticos, pela loucura". 

"Por exemplo, o 'Melancolia da Resistência', o seu segundo livro, faz referência a uma aldeia, já muito próximo daquilo que foi a abertura do mundo leste, visitada por um circo, que aqui representa a única diversão, o divertimento, o sonho, o imaginário, onde o  único animal que existe no circo é uma baleia. A obra retrata um mundo apocalíptico, onde só chove. Eventualmente, existe uma transição para o apocalipse, que se anuncia, e a libertação dos entes, homens e mulheres, em sociedade", diz.

László Krasznahorkai prepara-se para lançar o seu último romance, 'Herscht 07769' e estará presente no Folio Festival, em Óbidos.