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Liliana Oliveira

Cultura 15.02.2023 12H53

Maria do Rosário Pedreira “não é dos nomes mais importantes da poesia em Portugal”

Escrito por Liliana Oliveira
António Ferreira, autor do programa Livros com RUM, apontava como favoritos ao Prémio do Correntes d'Escritas Rosa Oliveira ou A.M. Pires Cabral.
Opinião de António Ferreira, autor do Livros com RUM, sobre o Prémio do Correntes d'Escritas

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“O Meu Corpo Humano”, de Maria do Rosário Pedreira, ganhou o Prémio do Correntes d’Escritas 2023, mas não era, para António Ferreira, autor do programa literário da Universitária, Livros com RUM, um dos favoritas à vitória.

O crítico literário lamenta que o reconhecimento não tenha sido atribuído a “Rosa Oliveira, com Errático”, ou a “um dos grandes poetas, A.M. Pires Cabral, com o livro Caderneta de Lembranças”. “Estes sim, eram os grandes nomes”, destacou em entrevista à Universitária.


O anúncio da obra vencedora foi feito, na sessão oficial de abertura da 24.ª edição do festival literário Correntes d’Escritas, que contou com a presença do ministro da Cultura.


Para António Ferreira, Maria do Rosário Pedreira “é uma poeta que tem adquirido alguma projeção a partir de alguns poemas seus, que são musicados, com Aldina Duarte, para o fado”. Ainda assim, é, para António Ferreira, “uma surpresa” que o Prémio Literário Casino da Póvoa 2023 seja atribuído a esta poeta, porque “não é dos nomes mais importantes da poesia em Portugal”. “Ficará como uma referência e ninguém se esquece de Maria do Rosário Pedreira, mas daí a ganhar um prémio como este, vai uma grande distância”, observou.


O autor do programa da RUM lembra ainda que o prémio do Correntes d’Escritas que decorre, por estes dias, na Póvoa de Varzim, “é sempre muito importante” no destaque daquilo “que se faz na moderna poesia”.

Ainda assim, António Ferreira reconhece que há sempre opiniões distintas em relação à obra vencedora.

O júri escolheu o vencedor, por maioria, e aponta a “coerência temática e estilística, a ousadia na forma como aborda a experiência do corpo humano nas suas múltiplas dimensões e a relação do eu com o outro".


Para o autor do programa literário da RUM, Maria do Rosário Pedreira “faz um trabalho comum a muitos dos poetas portugueses, que é o trabalho sobre a saudade, a lembrança, e a um palavrão que normalmente serve para dizer muita coisa e não engloba nada que é a linguagem do corpo”. “Tudo isto é enfeitado com a poesia do sentimento, da sensibilidade e amorosa”, finalizou.


Na corrida estavam outras dez obras: Acidentes, de Hélia Correia; Amor Cão e outras palavras que não adestram, de Rosa Alice Branco; Atirar para o torto, de Margarida Vale de Gato; Caderneta de Lembranças, de A.M. Pires Cabral; Caderno das duas irmãs e do que elas sabiam, de Regina Guimarães; Cinco Cavalos Abatidos e outros poemas, de Rui Almeida, Errático, de Rosa Oliveira; Firmamento, de Rui Lage; Pedreira; Tristia [um díptico e meio], de António Cabrita e Voltar, de Luís Filipe Castro Mendes.


Este ano, concorreram ao Prémio Literário Casino da Póvoa, quase 90 livros, tendo sido analisados pelo júri constituído por Fernando Pinto do Amaral, Helena Vasconcelos, José António Gomes, José Mário Silva e Patrícia Portela. “O Meu Corpo Humano”, de Maria do Rosário Pedreira, ganhou o Prémio do Correntes d’Escritas 2023, no valor de 20 mil euros. O Correntes D'Escritas decorre, na Póvoa de Varzim, até 18 de fevereiro. 

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