Cultura 15.05.2025 18H18
'CARCAÇA' dança entre metáforas e política
O espetáculo invade a sala principal do Theatro Circo esta sexta-feira, pelas 21h30
Uma metáfora política que se propõe um exercício entre o passado e o presente. Assim que Marco da Silva Ferreira resume ‘CARCAÇA’, um espetáculo de dança que sobe ao palco da sala principal do Theatro Circo esta sexta-feira, pelas 21h30.
Em palco, dez performers são usados como objeto na representação da pesquisa onde uma comunidade temporária “tenta procurar e pensar o que é e como é que se constrói uma identidade coletiva”. Em entrevista a RUM, o encenador aponta que a peça procura “repensar qual é esta identidade coletiva”, a partir de Portugal, mas que vai muito para lá deste ponto geográfico. “Os cruzamentos e as influências e a história e a identidade constroem-se para lá da geografia”.
O espetáculo, aponta, faz uma reflexão sobre o poder governamental como “determinante naquilo que pode ser a identidade”, ressaltando que regimes autocráticos e ditatoriais tende a ditar “o que as pessoas podiam ser e dizer que eram”, como decorreu em Portugal. Marco da Silva Ferreira adianta que a peça possui três partes.
Na primeira, os bailarinos “exploram” os códigos e formações das danças tradicionais. Já a segunda, é erguido um muro com um linóleo – um material utilizado como revestimento para piso -, que estava no chão, que “constringe estes corpos contra a parede”. O terceiro e último ato, é o desfecho em que “o muro tem que cair”. “Começa um movimento coreográfico de resistência, de um grito para o futuro, de coragem”, refere o coreógrafo.
Para Marco da Silva Ferreira, existe uma simbologia em trazer uma peça “antifascista, feminista, pró-democracia” a Braga a poucos dias antes das eleições legislativas.