Um estudo liderado por um investigador da Universidade do Minho defende que as cidades precisam de “refúgios climáticos” para salvaguardarem habitantes e turistas de “ondas de calor” ou “situações de frio”.

Hélder Lopes centrou a sua investigação na Área Metropolitana do Porto, mas tenciona ainda este ano realizar o mesmo estudo na cidade de Guimarães, seguindo-se Braga.

O professor convidado no departamento de Geografia aponta algumas melhorias a implementar nas cidades ao nível das infraestruturas verdes, azuis e cinzentas.

Em causa estão, por exemplo, “soluções que evitem a alocação de relvados e colocação de prados biodiversos nas cidades”. Além disso, os municípios podem optar por “colocar mais hortas urbanas na cidade e criar parques urbanos que estejam conectados, porque um dos problemas é a ilha de calor urbano, que é exacerbada pelas alterações climáticas”.

Ao nível das infraestruturas azuis, o investigador concluiu que será necessário “melhorar os cursos de água existentes, criando galerias ripícolas e reduzir os cursos de água entubados, que em muitos casos europeus surgem como uma solução para trazer de volta a natureza para a cidade”.

“Ao nível das infraestruturas cinzentas é sugerida a criação de paredes verdes, jardins verticais ou estruturas criadas no topo dos edifícios”, referiu Hélder Lopes, apontando ainda “a adoção de espaços públicos, como bibliotecas e museus, em que as pessoas possam permanecer”.

Em entrevista à RUM, o investigador afirma que “muitos dos projetos desenvolvidos no município do Porto vão ao encontro das investigações e trabalhos desenvolvidos pela academia”. “O que talvez falte nesta criação de conexão de entidades é ligar as comunidades locais, as próprias empresas do ramo turístico e as câmaras municipais”, acrescentou.

Hélder Lopes, investigador e geógrafo da Universidade do Minho, é o convidado deste UMinho I&D especial, dedicado ao Dia Mundial da Rádio, que este tema tem como tema as alterações climáticas.