Regional 29.10.2019 12H46
Mulheres de Braga lançam petição para levar violência doméstica à AR
Grupo cívico promove esta quarta-feira um minuto de barulho e já prepara a ida a Lisboa, no dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres, para entregar a petição, que conta com cerca de 2.500 assinaturas.
“Basta de nos matarem” é o nome da petição pública que o grupo Mulheres de Braga lançou online e em alguns locais da cidade. Até ao momento, contam-se cerca de 2.500 assinaturas mas serão precisas pelo menos quatro mil para levar a petição ao Parlamento.
Emília Santos, porta-voz do grupo, explicou que um dos aspectos que defendem é a inclusão de uma disciplina no pré-escolar para consciencializar as crianças, no sentido de “perceberem se estão ser abusadas, para lhes dar a entender o que é a violência doméstica e os abusos sexuais”. “Serão eles os futuros agressores ou futuras vítimas e esta é uma maneira de prevenir”, acrescentou. Este grupo julga ser importante a “formação de juízes”, que consideram não estar “sensibilizados o suficiente para a causa e para aplicar as leis como devem ser aplicadas", defendem a "protecção de menores que, geralmente, são esquecidos, a ajuda 24horas por dia e a protecção imediata a partir do momento em que a vítima faz queixa”. As Mulheres de Braga defendem ainda, nesta petição, a aprovação do Estatuto de Vítima aplicável a “homens, mulheres ou crianças”. “Se uma de nós fizer queixa a uma polícia, o que é dito é que tem que aguardar. Não são logo sinalizadas como vítimas. Até fazerem a prova e ter a certeza quanto ao agressor, a vítima não tem estatuto e não é protegida de maneira nenhuma. Por exemplo, as mães que são agredidas têm que sair de casa, mas as crianças podem continuar com o agressor até o Ministério Público apurar se aquela pessoa é ou não agressora”, apontou.
As 2.500 assinaturas não são ainda suficientes para levar a petição à Assembleia da República. Emília Santos fala de alguns receios da comunidade, mas também da falta de consciência para a gravidade da situação.
A porta-voz do grupo apela a que mais pessoas se juntem e assinem a petição para o assunto ser discutido na Assembleia da República, sendo para isso necessário juntar oito mil assinaturas. Além de estar acessível a partir da página do Facebook, a petição poderá também ser asssinada no Tribunal e em alguns espaços comerciais que o grupo vai divulgar em breve.
Mulheres de Braga fazem minuto de barulho pelas vítimas esta quarta-feira, no Largo Maximinos
Já esta quarta-feira, dia 30, o grupo Mulheres de Braga junta-se a uma iniciativa nacional e fará, às 15h30, um minuto de barulho pelas vítimas de violência doméstica, no largo Maximinos.
O objectivo é por fim ao silêncio e “fazer barulho para chamar a atenção do país de que isto tem que parar e tem que haver consciencilziação das pessoas”, explicou Emília Santos.
Mulheres de Braga surgiu após a morte de Gabriela Monteiro e já conta com milhares de elementos.
O grupo está a organizar uma excursão a Lisboa, a 25 de Novembro, dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres, para entregar a petição na Assembleia da República.