A construção de uma piscina olímpica não está nos planos da Câmara de Braga, a curto prazo. Segundo a vereadora do Desporto, não há condições financeiras, atualmente, para avançar com um projeto dessa dimensão, apesar de “compreender os anseios” de atletas e treinadores.

Na primeira década dos anos 2000, quando a autarquia era governada pelo PS, começou a ser erigida uma infraestrutura para esse efeito, junto ao Estádio Municipal, mas nunca foi concluída. Foram gastos oito milhões de euros. O terreno pertencente à câmara foi cedido, em 2015, ao SC Braga para aí edificar um pavilhão multiusos, entre outras valências que fazem parte da segunda fase do projeto da Cidade Desportiva.

Em declarações à RUM, falando em dinheiro “praticamente deitado ao lixo”, Sameiro Araújo esclarece que a tomada de posição do executivo, liderado pela coligação de direita, não se relaciona com o investimento anterior. 

A também vice-presidente explica que há “outras prioridades”, como as requalificações do Pavilhão Flávio Sá Leite e do Estádio 1º de Maio e a construção de um pavilhão dedicado à ginástica, no antigo Campo dos Maikes. “Só depois é que podemos pensar em avançar para uma piscina olímpica”, frisa.

Além disso, considera que a responsabilidade deve ser também atribuída ao SC Braga. Sameiro Araújo, que é igualmente treinadora de atletismo no emblema bracarense, sugere que o clube pode "aspirar a fazer uma piscina olímpica”.

Cobrir pisicina exterior da Rodovia é "hipótese em cima da mesa"

Neste momento existe uma piscina longa na Rodovia, ou seja, com os 50 metros de comprimento exigidos, mas é descoberta, o que obriga ao seu encerramento durante metade da época, nos meses de outono e inverno.

Entrevistada no programa RUM(O) Desportivo, emitido na sexta-feira, Maria Mimosa, professora de natação do SC Braga, lamenta que os atletas tenham de se deslocar a outras cidades para treinar. Póvoa de Varzim é a que fica mais perto. “Há toda a logística de ter de transportar atletas para os treinos, de manhã e à tarde, e eles têm os estudos para conciliar. É um processo custoso para os nadadores e para quem os acompanha”, descreve.

Se o concelho tivesse uma piscina olímpica funcional durante todo o ano, sustenta, “se calhar havia mais atletas e com melhores desempenhos”. “Por vezes eles não conseguem. Há dias em que precisam de treinar e não treinam [numa piscina longa]”, alerta, lembrando que o SC Braga teve dois nadadores, Tamila Holub e José Paulo Lopes, nos últimos Jogos Olímpicos.

A também treinadora da Universidade do Minho considera que a solução para o problema pode passar por cobrir a piscina olímpica da Rodovia. Interrogada sobre essa questão, a vereadora da Câmara Municipal admite que é “uma hipótese em cima da mesa”, embora dependa de vários fatores.

“Teremos de ver quanto custa fazer a cobertura da piscina exterior, a manutenção e garantir o aquecimento, quer da temperatura da água, quer da temperatura ambiente, e quanto custará fazer uma nova”, levanta as duas hipóteses, reiterando que, “seja uma coisa ou outra, não acontecerá no imediato”.