Internacional 24.02.2023 19H47
“O número de mortos é o segredo mais bem guardado da guerra na Ucrânia”
Sandra Dias Fernandes, do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, faz um balanço dos 12 meses de conflito.
Sandra Dias Fernandes alerta para a carência de informação oficial sobre o número de mortes decorrentes da guerra na Ucrânia. Para a docente do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, esse tem sido “o segredo mais bem guardado” do conflito.
Os únicos dados, destaca, foram fornecidos pelos serviços de informação britânicos e americanos. Estimativas apontam para “100 mil mortos do lado ucraniano e 200 mil do lado russo, falando só em militares". No que diz respeito aos civis, de acordo com a Organização das Nações Unidades, faleceram pelo menos 8 mil pessoas.
A 24 de fevereiro de 2022 a Ucrânia acordou em sobressalto com a invasão da Rússia ao seu território. Sandra Dias Fernandes destaca "a resiliência da população ucraniana e dos chefes de guerra”, bem como a falta de “capacidade militar convencional” da Rússia.
Ainda assim, a também investigadora considera que, 12 meses após o início do conflito, "a intensidade continua” e alerta para a a constante “ameaça nuclear que a presidência russa gosta de fazer pairar”. “A Rússia neste momento só conhece a linguagem da força e é essa linguagem que veremos acontecer nos próximos tempos. Seguramente faz-nos perspetivar uma guerra mais longa do que aquilo que todos desejaríamos”, assume, destacando ainda o papel da NATO e da União Europeia no apoio à Ucrânia.
*Escrito por Tiago Picas