O que dizem PS, CDU e BE à ‘nova ideia’ de recuperação da Confiança

A antiga Fábrica Confiança vai afinal ser recuperada para dar lugar a um edifício de apoio à nova residência da Universidade do Minho, uma medida prontamente contestada pelo Bloco de Esquerda, mas compreendida pelo Partido Socialista e pela CDU, ainda que com algumas críticas ao executivo municipal liderado por Ricardo Rio.
O projeto que a autarquia tinha desenhado tendo em vista a alienação do edifício para a transformação numa residência privada vai ser aproveitado para uma candidatura ao PRR e, a ser aprovado, resultará na criação de mais de 750 camas. A iniciativa partiu do reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, na sequência de algumas reuniões.
Os partidos com assento no executivo e assembleia municipal dividem-se quanto à solução encontrada.
Do lado da oposição, o BE é quem mais contesta a opção. Alexandra Vieira, deputada municipal e candidata do BE à Câmara de Braga condena a solução encontrada “pelo presidente da câmara com o beneplácito do reitor da Universidade do Minho”. “É uma coisa que nos surpreende bastante. São 18 a 20 milhões de euros que dariam para construir várias residências universitárias e resolver o problema da falta de habitação para os estudantes”, justifica. O BE, diz Alexandra Vieira “não concorda” que o défice de residências universitárias seja resolvido “à custa do património classificado e da memória histórica”.
Já o Partido Socialista, na voz do vereador Artur Feio, considera que esta é mais uma alteração que “comprova a falta de capacidade de decisão de Ricardo Rio”. Ainda assim, elogia a postura do reitor da UMinho de identificar aquele equipamento. Os socialistas defendem, “em primeira linha”, o fim para que estava destinado aquando da sua origem de aquisição em 2013. Quanto a outros fins e outras lógicas, nomeadamente esta residência universitária pública, Artur Feio diz que o PS “está aberto à discussão e a perceber o benefício real”. O presidente da concelhia socialista fez questão de sublinhar que o partido vai apresentar, no seu programa eleitoral, uma solução para aquele equipamento nas mãos do município de Braga desde 2013, mas ainda por recuperar.
A vereadora da CDU, Bárbara de Barros, afirma que o uso mais “acertado” e “prioritário” seria cultural, mas assume que a instalação de uma residência universitária pública, tal como o próprio PCP sugeriu aquando da intenção da maioria de alienar o imóvel para dar lugar a uma residência universitária privada. “É um projeto que, ainda que não cumpra aquela que era a principal aspiração de equipamento cultural, vem-nos dar razão ao quão errada foi a opção de querer alienar aquele equipamento”, diz. Para vereadora e candidata à CMB, o tamanho da Fábrica Confiança possibilita a “instalação de alguma valência cultural, mesmo que sirva como residência universitária”.
“O que importa agora, obviamente, é salvaguardar aquele que é o património que ali está”, conclui.
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