Cultura 04.06.2025 17H23
Onyx dança sobre a memória, sonhos e perdas
A cocriação de Piny e André Cabral sobe ao palco do Theatro Circo este sábado.
Um espetáculo poético que ainda assim seja político. Assim que a coreógrafa e performer Piny, que junto com André Cabral, sobe ao palco do Theatro Circo, descreve a peça ‘Onyx’. O espetáculo surge a partir de uma entrevista realizada com as mães de ambos os performers. Tem lugar no pequeno auditório, a partir das 21h30.
Aos microfones da RUM, Piny aponta que ‘Onyx’ possui duas partes, mas em Braga, apenas a performance vai ser apresentada. Sublinha que a peça é fruto de um dueto realizado com o ator e bailarino, André Cabral, que leva ao palco os sonhos, as perdas e a memória de “duas mulheres acima dos 60 anos, nascidas em Angola e que imigraram para Portugal, após 1975”.
Por isso, garante que estão presentes temas como imigração, “de forma mais leve” processos colonias, o que é existir num corpo feminino e o envelhecimento. Além destes “pontos de partida”, Piny sublinha que trabalham ainda “sobre uma ideia do que é também ser um corpo queer, hoje em dia, e as relações entre as pessoas”.
Durante a peça, adianta que o público vai ser confrontado com uma “narrativa não-linear”, como se fosse “um bocadinho de sonho, uma fantasia que salta de algo concreto para outra coisa que é nitidamente política”. “É um navegar nestas formas todas de comunicar, de forma a criar um espaço que possa ser onírico, mas que também possa ser político”, vincou.
O espetáculo acrescenta é fruto da parceria com André Cabral, com quem diz caminhar junto há mais de 15 anos e ter um percurso muito próximo. Já a parte cénica, como a música, Piny afirma ser “muito importante e que conta uma história”. Durante o espetáculo, são utilizados samples – “um clássico dentro do hip-hop” -, a voz das entrevistadas para criar um ambiente sonoro. Já a luz é uma “condutora de ambientes”, para “criar universos através de cores fortes que podem mexer com a parte emocional e imagética”.