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DR / Paulo Terroso
Ariana Azevedo

Internacional 21.04.2025 16H38

Paulo Terroso. "Tudo entra no conclave, até a situação geopolítica que estamos a viver"

Escrito por Ariana Azevedo
O reitor da Basílica dos Congregados detalhou à RUM a sucessão de acontecimentos após a morte de Francisco, que culminará com a eleição de um novo papa. Agora, é tempo de 'sede vacante'. 
Paulo Terroso, reitor da Basílica dos Congregados e padre da Arquidiocese de Braga:

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Sede Vacante. É neste período - entre a morte ou renúncia de um papa - que se encontra, atualmente, a Igreja Católica. 


Paulo Terroso, sacerdote da Arquidiocese de Braga e reitor da Basílica dos Congregados, detalha o que se segue depois da morte de Francisco, "um de nós, o pároco da igreja universal, tal era a sua proximidade, a delicadeza, o cuidado, a ternura com que olhava para cada um de nós." "Sede Vacante significa que a cátedra não está ocupada, é preciso encontrar o sucessor de Pedro".


Coube ao camerlengo, Kevin Farrell, cardeal nascido na Irlanda, a confirmação oficial da morte do pontífice. É responsabilidade deste cardeal retirar do dedo o Anel de Pescador, símbolo do poder pontifício, para ser destruído, algo que marca o fim do pontificado. Depois, a residência oficial, bem como o escritório papal, foram lacrados e assim se manterão até à escolha de um novo papa. Durante este período, não há qualquer alteração ou retirada de objetos dos locais habitualmente frequentados pelo Santo Padre. 


Seguiu-se a divulgação, às 9h45 em Roma. Acompanhado do secretário de Estado da Santa Sé, Pietro Parolin e de Peña Parra, seu substituto, o camerlengo "anunciou a morte do Papa com um texto que evidenciou a fidelidade, coragem e amor universal com que Francisco viveu, sobretudo na sua proximidade aos pobres e marginalizados", descreve Paulo Terroso. 


Kevin Farrell é responsável por organizar o funeral de Francisco, em consulta com os restantes cardeais e, no período da Sede Vacante, atua como administrador interino dos bens e propriedades do Vaticano. Será também responsável pela organização do Conclave, tal como sublinha o também diretor do departamento arquidiocesano das comunicações sociais. "É este cardeal que vai convocar agora os cardeais de todo o mundo, entre eles os portugueses José Tolentino Mendonça, Américo Aguiar, Manuel Clemente e António Marto".


O sacerdote detalha ainda que "há momentos em que os cardeais vão reunir para discutir a situação da igreja e, a partir dali, começa a ser delineado um perfil até ao momento em que entram no Conclave na capela sistina. Aí, terão de chegar à maioria de dois terços para eleger o sucessor de Pedro", lembra Paulo Terroso. 


"Todos nós vamos discutir a vida da igreja, o que precisa, o que não precisa, qual o perfil, se é um papa asiático, europeu, se virá um italiano ao fim de tanto tempo, se vem de África, da América do Norte. É importante perceber a dimensão universal da igreja e até a situação geopolítica que estamos a viver, tudo isso entra no Conclave", assume. 


Desafiado a lembrar um momento com o Papa, Paulo Terroso afirma ter tido "a graça de o encontrar várias vezes, de estar com ele" e diz sentir-se "particularmente ligado a Francisco". O sentimento é de "tristeza, mas na confiança de que o seu espírito irá continuar a animar a igreja".  

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