"Podemos estar no início de uma guerra de maior escala". Sandra Dias Fernandes, professora de Relações Internacionais da Universidade do Minho, diz que "a Rússia iniciou uma guerra contra a Ucrânia", uma "decisão que não parece ser muito racional". "O que é que Rússia vai ganhar com isso? Vemos um momento de extrema tensão para perceber como se vão posicionar os diversos atores e perceber no terreno qual o plano final da Rússia", afirmou em entrevista à RUM a especialista. 

A docente lembra que "a liderança de Putin tem aproveitado um certo atentismo dos europeus". "Fica claro que as medidas dos ocidentais passarão por sanções económicas e reposicionamento de efetivos militares nos territórios que são da NATO e Putin está a jogar com esta janela de oportunidade", alertou. 

Portugal "claramente é um país que irá contribuir para qualquer decisão política tomada pela NATO e pela União Europeia", estando "perfeitamente alinhado". Além disso, Sandra Dias Fernandes destaca a "abertura" do país face a uma possível crise de regugiados ucranianos. "Portugal está a mostrar-se solidário e preocupado com a situação". As forças armadas portuguesas poderão ser solicitadas para o teatro de operações.

"A Rússia viola o direito internacional" e a UE já se prepara para aplicar aos russos as sanções mais duras de sempre. "O primeiro passo já foi dado no sentido de uma condenação. Importa saber o que efetivamente vai ser decidido para que se possa forçar Putin a parar", frisou a docente de Relações Internacionais. 

Para Sandra Dias Fernandes, as ações de Putin nas próximas horas vão "determinar até onde vai esta guerra", ou seja, "se no dia de amanhã temos uma guerra na Europa, maior ainda do que aquela que se iniciou hoje".