Cultura 07.03.2020 09H20
'Poesia ao Centro' homenageia Sebastião Alba
O poeta bracarense é a personalidade em destaque na edição de 2020.
Pelo quarto ano consecutivo, a Câmara Municipal de Braga, a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva e a Rede Nacional de Bibliotecas organizam a iniciativa 'Poesia ao Centro'. O evento inclui encontros poéticos, recitais, música, teatro, documentários, oficinas, tertúlias, apresentações de livros e exposições.
Depois de em 2019 se ter homenageado Sophia de Melly Breyner Andresen, este ano será evocado o poeta bracarense Sebastião Alba. Nesse sentido, no Dia Mundial da Poesia, que se assinala no dia 21, o Auditório Sebastião Alba da Escola Secundária de Alberto Sampaio acolhe a estreia do documentário ‘Ninguém Como Nós Conhece O Sol – a vida e obra de Sebastião Alba', de Inês Leitão, e o espectáculo 'Querido Poeta', escrito e produzido pela companhia PIF’H - Produções Ilimitadas Fora D’Horas.
Além disso, de acordo com a directora da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, está a ser feito “um levantamento do trabalho do autor”. Aida Alves enfatiza a importância de se “dar destaque a uma figura da literatura local e nacional”. Sebastião Alba nasceu em Braga, em 1940, mudou-se para Moçambique aos 10 anos e voltou para a cidade minhota em 1984, onde morreu 16 anos depois, com 60 anos.
“Em Moçambique, dedicou-se ao jornalismo e tornou-se num poeta ‘um bocadinho sem abrigo’ e durante muito tempo foi escrevendo poemas, inspirado na sua própria biografia de viagens, na base de liberdade individual”, conta Aida Alves.
Ciclo 'Sem Portas' é um dos atractivos do evento
A iniciativa 'Poesia ao Centro', a decorrer ao longo do mês de Março, começa este sábado, às 15 horas, com a apresentação do livro 'Ser-se num campo de flores', de Rui Gesta.
Um dos destaques deste ano é o ciclo 'Sem Portas – encontros poéticos em lugares inusitados', que decorre entre os dias 15 e 21 de Março. A Fundição de Sinos de Braga, os Bombeiros Voluntários de Braga, a Casa dos Cunha Reis, as escadarias do Convento do Pópulo, o Café-Concerto RUM by Mavy e o Laboratório de Inovação Cultural, no Edifício do Castelo, foram os locais escolhidos para receber estes encontros.
Este ano, a poesia volta a sair à rua e a fazer-se ouvir nos Transportes Urbanos de Braga e a bordo dos comboios, através da distribuição de panfletos e da realização de performances. Serão também promovidos laboratórios e oficinas de escrita poética e criativa.
Manuella Bezerra de Melo, jornalista e escritora, dinamizará o 'Pequeno Laboratório de Poesia Política' na tarde do dia 21, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. Ainda nesse dia, o Laboratório de Inovação Cultural vai acolher a oficina de escrita criativa 'A Palavra é a Arma', dinamizada por André Neves, artisticamente reconhecido como Maze, um dos fundadores e membros integrantes do grupo de hip-hop português Dealema.