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FOTO: CMB. Há uma semana foi assinado um protocolo para a inclusão de Viana do Castelo na Associação
Elsa Moura

Regional 14.04.2025 20H36

Praça do Município. Comentadores sem grandes elogios ao trabalho do Quadrilátero Urbano

Escrito por Elsa Moura
Carlos Almeida, João Granja e Jorge Cruz passaram pelo programa deste fim-de-semana com o tema central dedicado à assinatura do protocolo que inclui Viana do Castelo.

Quase vinte anos depois do seu lançamento, a Associação Quadrilátero Urbano, que inclui os municípios de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos merece uma avaliação menos positiva por parte dos comentadores do programa da RUM Praça do Município. O tema foi discutido no fim-de-semana, a propósito da formalização da entrada do município de Viana do Castelo,  que vai obrigar a mudar a sua designação para ‘Pentágono urbano’ já nos próximos meses.


"O cartão cultural é o que sobra" - Granja


João Granja manifestou-se bastante crítico, vincando que “o cartão cultural é o que sobra”, notando que “nem sequer conseguiram cumprir o objetivo de fazer valorizar o cartão com um alinhamento das manifestações culturais para que não houvesse sobreposição dos grandes eventos”. A solução “estranha” da própria associação com um corpo técnico “a migrar de câmara em câmara acabou por ser um espetáculo um bocadinho pobre, demonstrativo de pouca vontade de incrementar o Quadrilátero como uma instância de reivindicação, de afirmação política e de poder”, mencionou ainda o comentador, recordando que a associação foi, por diversas vezes, discutida no próprio programa da RUM ao longo destes anos, com análises e sugestões.


Argumenta que é "importante", antes de se pensar no Pentágono “não saltar patamares quando não se rentabilizou minimamente o potencial da base de onde se partiu”, referindo-se à necessidade de “perceber o que falhou, o que é que podia ter sido feito mais, o que se pode valorizar”. O comentador vinca que a assinatura do acordo para a inclusão de Viana do Castelo, na semana transata e com a presença dos autarcas dos referidos municípios, na sede da CIM Cávado “foi apenas uma declaração de intenções e de potencial” sugerindo “consistência, vontade e determinação para uma estrutura que possa ser uma plataforma de entendimento entre as câmaras do Minho para poderem reivindicar e falar a uma só voz perante o poder central”.


Uma associação "com muito pouco impacto" - Almeida


Carlos Almeida também não considera que a associação tenha desempenhado um papel determinante na afirmação da região enquanto Quadrilátero Urbano. Admite ter “muita dificuldade em apontar aspetos absolutamente decisivos nestes anos todos, ou que se possa dizer com clareza que a associação teve um papel determinante naquilo que era o reforço no investimento na região, o reforço da afirmação da região no plano nacional e até transfronteiriço”. Assinala “aqui ou ali, alguns sinais de colaboração, mais no plano cultural, mas com muito pouco impacto para aquilo que seria expectável e mesmo desejável”.


No caso da mobilidade, o comentador fala em “derrota” para os concelhos de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos. Vincando que “o quadrilátero urbano foi derrotado várias vezes até por dificuldades no alinhamento de uma posição consensual”, identifica “muitas debilidades” numa região que “continua a não ter uma rede ferroviária que corresponda às necessidades das populações e da própria economia [regional]”.


Por seu turno, Jorge Cruz recorda que o Quadrilátero Urbano nasceu “exclusivamente para ir aceder a fundos comunitários” daí que fosse uma associação “com fins específicos” e considera que “nunca trabalhou muito bem porque não tinha meios, andava a saltitar de município em município e teve alguns problemas”. 


"O Quadrilátero precisa de estrutura profissional" - Cruz


O comentador recordou também a saída momentânea, em 2013, de Guimarães que regressa depois numa "nova fase do Quadrilátero. Nesse novo pacto, em 2016 surgem, nomeadamente, a UMinho, o CITEVE e a AIMinho (extinta entretanto). Jorge Cruz entende também que  o Quadrilátero só funciona se não estiver apenas na mão dos políticos. “Quem produz riqueza tem que ser consultada e tem que dizer alguma coisa”, explica, ele que defende também que “não podemos ter Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos e depois Viana. Entre Viana e Barcelos há gente e há território, e esse território deve fazer parte”, sugere. Jorge Cruz insiste que “é preciso unir o território”, nomeando Esposende, Amares e Vila Verde “que têm necessidade também do apoio, nomeadamente nos transportes”. Finalizando, sugere “uma estrutura profissional que trabalhe ao longo do ano”. “Não podemos juntar mais um município e dizer que temos condições para avançar com uma área metropolitana. Há muito caminho ainda para andar. A ideia é boa, é penalizada por avançar num período de campanhas eleitorais", remata. 

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