Academia 16.02.2022 12H47
"Precisamos de um plano de recuperação para doenças não-covid"
Pedro M. Teixeira, investigador da Escola de Medicina da Universidade do Minho, defende o ajuste das medidas de combate à Covid-19, que está já numa fase de transição para doença endémica.
Para Pedro Teixeira, investigador da Escola de Medicina da UMinho, as medidas de controlo da pandemia precisam de ser ajustadas à nova fase do vírus.
À RUM, o docente explicou que, tendo em conta a imunidade da população, passa a ser mais importante gerir a doença que o vírus causa. "Estamos claramente a entrar num novo ciclo. Até aqui tivemos preocupados com a gestão e identificação do vírus e, agora, passa a ser mais relevante identificarmos e gerirmos a doença que o vírus causa. As medidas precisam de ser ajustadas a esta nova fase", defendeu.
Pedro Teixeira considera necessário avançar com "um plano de recuperação para doenças não-covid e um novo plano que integre a gestão da Covid como doença endémica, com picos de sazonalidade". "À semelhança do que já temos para outras doenças, os sistemas de monitorização e registo da gripe, com Médicos-Sentinela, poderão ser alargados à Covid", afirmou.
Segundo o especialista, "a Covid-19 continuará a ser ameaçadora particularmente para grupos mais vulneráveis".
"Toda esta experiência da pandemia trouxe-nos um conjunto de práticas, como o uso da máscara ou o arejamento dos espaços, que não faziam parte do nosso quotidiano e que nos trarão novos comportamentos de proteão coletiva, que poderão trazer ganhos em saúde", finalizou.