O presidente da Assembleia Municipal (AM) de Guimarães, José João Torrinha, alertou que nada pode ser dado como garantido, incluindo a própria democracia. O último discurso na cerimónia solene promovida pela Assembleia Municipal de Guimarães, no Teatro Jordão, esta sexta-feira, coube ao presidente da assembleia.

O socialiscta centrou o discurso nos perigos do crescimento da extrema direita em Portugal e nos perigos das redes sociais. O socialista admitiu que "é mais difícil explicar a quem sempre viveu em democracia que as coisas não podem ser nunca dadas como garantidas", no entanto, "essa dificuldade redobra a urgência em que tal seja feito". "Se para muitos não existe nenhum perigo nem nenhum problema, esse estado de anestesia vai impedi-los de ver o que se passa, mesmo quando acontece à sua frente", evidenciou. Recuperando a frase «a estrada para o fascismo está pavimentada com pessoas que nos diziam para não exagerarmos». "Esses são, sem o saberem, um dos carrascos do regime democrático, os iludidos", atirou.

E continuou. "Vivemos tempos de ignorância agressiva. Atrás dos teclados (...) campeiam os 'tudólogos' que tudo julgam saber, que do nada sacam certezas absolutas que disparam sentenças tantas vezes com base em perceções, que destilam o ódio pela ponta dos dedos. Tudo isto é corrosivo para a democracia, pois que esta vive do combate e troca de ideias", sublinhou. Concluiu o discurso referindo que "o caminho, tantas vezes apetecível porque tão mais cómodo não pode ser o de desligar a internet, mudar de canal, tapar os olhos, os ouvidos e a boca e seguir com a nossa vidinha. Esse não é nem nunca foi o caminho".

Ouvimos aqui José João Torrinha, presidente da assembleia municipal de Guimarães, esta manhã na cerimónia solene do 25 de abril realizada no Teatro Jordão.