Cultura 27.06.2025 19H03
Primeiro semestre da Braga 25 atrai mais de 728 mil pessoas e traz impacto cultural e económico à cidade
O balanço da primeira metade da Capital Portuguesa da Cultura foi feito esta manhã na Praça das Fontaínhas.
A primeira metade do ano como Capital Portuguesa da Cultura confirmou Braga como um dos polos culturais mais dinâmicos do país. Entre janeiro e 15 de junho de 2025, a cidade acolheu 1069 atividades artísticas no âmbito da Braga 25, com um total de 728 656 espetadores, refletindo uma programação extensa, participativa e com impacto crescente em várias frentes: da cultura à economia, do turismo à coesão territorial.
Os dados foram divulgados pela Equipa de Missão Braga 25, num balanço que evidencia também o envolvimento da comunidade artística local. 54% dos artistas programados são de Braga, com os restantes divididos entre criadores nacionais (30%) e internacionais (16%). Em rede, foram mobilizadas 228 entidades parceiras, sendo 153 locais, com destaque para colaborações transfronteiriças com a Galiza em projetos como Forma da Vizinhança, Square, Extremo, Festival Castro-Galaico e Convergências.
Entre os públicos, as exposições destacaram-se com mais de 614 mil visitantes, seguidas pelos espetáculos musicais (52.948), teatro (9.254) e eventos multidisciplinares (6.892). Paralelamente, 575 atividades incluíram medidas de acessibilidade, um sinal claro do compromisso da Braga 25 com a inclusão e o acesso universal à cultura.
O presidente da câmara de Braga, Ricardo Rio, sublinha o papel da cultura como motor estratégico da cidade, em várias dimensões. "Braga, ao longo dos últimos anos, percebeu que a cultura é um dos elementos fundamentais para o desenvolvimento do território. Pela qualificação pessoal, estímulo à criatividade, mas também pela sua sustentabilidade económica e capacidade de atrair talento", afirma.
Ricardo Rio defende ainda a continuidade do modelo de Capital Portuguesa da Cultura."Tal como Aveiro já o demonstrou e Ponta Delgada certamente demonstrará, esta é uma iniciativa que vale a pena repetir. Em Braga, este ano está em linha com o plano estratégico Braga 2030, que continuará a ser um guia para o futuro da cidade".
Os efeitos da Braga 25 já se fazem sentir no turismo, com um aumento de 18% nas dormidas em março e 13% em abril, face ao mesmo período do ano anterior. Para Joana Meneses Fernandes, coordenadora executiva da Braga 25, este é um exemplo concreto do impacto imediato do programa. "É um efeito da Braga 25 a curto prazo, mas está demonstrado que estas iniciativas têm impacto duradouro. A cidade posiciona-se culturalmente e continua a atrair públicos mesmo depois do ano auge", refere.
Além da dimensão pública, a Braga 25 tem também gerado novas oportunidades para os agentes culturais da cidade. “Queremos que seja uma montra para os criadores, mas também uma plataforma para criar redes com estruturas nacionais e internacionais, de forma a que estas ligações perdurem no pós-2025”, acrescenta Joana Meneses Fernandes.
O segundo semestre da Braga 25 traz consigo uma programação diversificada, com eventos ao ar livre como o Festival Castro-Galaico, Sons do Noroeste, o projeto Este Oeste, o experimental Extremo, e o Vaudeville Rendez-Vous, que percorrerá várias cidades do Minho. O Forma da Vizinhança mantém ativações até novembro e o projeto Shopyard Summer School levará jovens de 17 nacionalidades a pensar o futuro dos centros comerciais da cidade.
O ano fecha com estreias relevantes, entre as quais um espetáculo de Marco Martins no Theatro Circo, a apresentação da Companhia Nacional de Bailado e mais uma edição do festival Semibreve. Em novembro, regressa ainda o festival literário Utopia Braga.
A programação completa está disponível online.