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Tiago Barquinha

Regional 28.07.2020 13H59

Projecto 'Virar a Página' em risco. “A nossa conta chegou a estar a zero”

Escrito por Tiago Barquinha
De modo a estar habilitada a receber apoios do Estado, a iniciativa será transformada numa Instituição Particular de Solidariedade Social.

O projecto 'Virar a Página' poderá terminar a qualquer momento. A falta de verba necessária para continuar a fornecer cerca de 350 refeições diárias aos cidadãos mais carenciados coloca em risco a acção solidária promovida pelo Colégio Luso Internacional de Braga (CLIB).


A iniciativa, que está alojada provisoriamente no Centro Paroquial de Gualtar - a autarquia comprometeu-se a arranjar brevemente um espaço mais adequado -, tem dependido exclusivamente de privados. Apesar do apoio, a responsável pelo projecto confidencia que, há duas semanas, “as dificuldades chegaram ao extremo”.  “A nossa conta chegou a estar a zero e as nossas arcas chegaram a estar vazias”, refere.


Helena Pina Vaz explica que foi “graças à boa vontade de particulares e de algumas empresas que se conseguiu manter a acção”, salientando que a possibilidade de “o projecto encerrar por falta de meios é um perigo iminente”.


De forma a criar mais estabilidade, a directora do CLIB, local onde a iniciativa deu os primeiros passos, pretende que seja também financiado através de fundos públicos. Para isso, o 'Virar a Página' terá de ser convertido numa Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS). Só desse modo se pode candidatar a um apoio da Segurança Social.


A responsável pelo projecto adianta que, até ao final da semana, toda a documentação necessária será enviada. “O Estado funciona com determinadas regras burocráticas. No nosso projecto não há burocracia. As ajudas às pessoas são imediatas. O Estado não consegue funcionar assim. Mesmo sendo uma emergência, são exigidos os procedimentos habituais”, lamenta.


Ainda assim, Helena Pina Vaz refere que “o apoio não está ainda garantido”, esperando que “as demonstrações públicas que têm sido feitas [o director-distrital da Segurança Social visitou o local] sobre a extrema necessidade desta iniciativa não ser fechada tenham sido sido suficentes” para que a verba seja concedida.



Helena Pina Vez apela à mobilização dos cidadãos


Para fazer face às despesas do projecto, são necessários cerca de 16 mil euros por mês, sendo que cada refeição custa, pelo menos, 1,20 euros. Helena Pina Vaz agradece o apoio dos privados, mas compreende que essas ajudas não durem para sempre. As pessoas pensam que não têm de pagar duas vezes, visto que já pagam os seus impostos. Por isso, percebemos que as pessoas comecem a ficar cansadas de tanta solicitação”.


No entanto, a responsável pelo 'Virar a Página' apela aos cidadãos que continuem “a ajudar temporariamente o projecto, disponibilizando alguma verba pessoal, por muito pequena que ela seja”. “Sabemos que esse conjunto de pequenas verbas que nos têm chegado continuam a fazer a diferença e a virar páginas nas vidas das pessoas”, complementa.

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