PS critica “inversão de papéis” entre Confiança e antiga escola Francisco Sanches

O Partido Socialista não concorda com a transformação da antiga Escola Francisco Sanches num espaço cultural, considerando que esse deveria ser o destino dado ao edifício da Fábrica Confiança, que será agora uma residência universitária. O assunto foi discutido esta segunda-feira na reunião de câmara de Braga.
Para Artur Feio, a autarquia precipitou-se ao anunciar a estratégia para a antiga escola antes das eleições autárquicas, acusando-a de “querer tomar a dianteira de algo que pode ser revertido a curto-prazo”, consoante o resultado do sufrágio de 26 de setembro.
Independentemente do timing, o vereador socialista prioriza como argumento para a tomada de posição a questão de “respeitar a história”. “Aquilo que perguntamos é esta inversão de papéis. Sendo uma antiga escola, o edifício da Francisco Sanches estaria mais preparado para receber alunos. Em relação à Confiança, vai contra o propósito da aquisição da fábrica, destinada a ser um espaço de cariz mais cultural”, explica.
A perspetiva apresentada pelo PS é semelhante à da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança. Em declarações à RUM, o presidente da Câmara Municipal de Braga já tinha afirmado na sexta-feira, à margem da inauguração da Galeria Encontros da Imagem Estação, que essa opinião era “descabida”, frisando que “os projetos estão nos locais certos”.
CDU aceita decisão da autarquia mas exige cautelas
No caso da CDU, a opinião inicial era de utilizar os dois espaços como pólos culturais. No entanto, tendo em conta a “falta de camas para os alunos do Ensino Superior”, Bárbara Seco de Barros compreende a decisão da autarquia em relação à Fábrica Confiança.
“Estamos a falar de uma localização geográfica de excelência com uma grande proximidade ao campus de Gualtar da Universidade do Minho”, refere, mantendo, ainda assim, a esperança de que seja instalada posteriormente uma valência cultural no edifício da antiga saboaria.
No que diz respeito à reabilitação da antiga escola, a vereadora comunista alerta que “não se pode correr o risco” de desperdiçar o investimento que se aproxima, dando o exemplo do espaço da antiga estação. “Era para ser também um pólo agregador de cultura e não funcionou”.
O assunto foi abordado no ponto 5 da reunião de câmara, em que foi aprovada a abertura de procedimento para a reabilitação do centro cultural Dr. Francisco Sanches. A primeira frase da obra está orçada em aproximadamente 1,75 milhões de euros.
