Cultura 25.04.2025 16H27
Recolhimento das Convertidas abriu há exatamente 303 anos
Várias associações cívicas, locais e nacionais, a começar pela ASPA, defendem a restauração urgente e a sua abertura ao público enquanto Casa da Memória da Mulher.
Há precisamente 303 anos era inaugurado, em Braga, o Recolhimento das Convertidas. Também conhecido como Recolhimento de Santa Maria Madalena, abriu portas a 25 de abril de 1722 para instalar "mulheres pecadoras convertidas a Deus". O espaço conta com 33 celas, pátios comuns, uma cerca conventual assim como uma capela.
Localizado na Avenida Central, está classificado como imóvel de interesse público há treze anos e o seu avançado estado de degradação é visível com solicitações sistemáticas, por parte de associações cívicas, sobretudo da ASPA (Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural), para que o mesmo seja preservado e requalificado.
À RUM, Teresa Barbosa, dirigente da ASPA, alerta que "o teto da capela, pintado em madeira, está com buracos e em risco", verificando-se "infiltrações nas paredes", assim como "o arco em granito que não estará nos seus melhores dias". "A capela barroca precisa de ser verificada com urgência para que não haja um desastre", realça. Janelas abertas, vidros partidos são outras das evidências para quem passa na rua.
O imóvel, sublinhe-se, pertence ao Ministério da Administração Interna. Em 2017, a CIM Cávado deu início a um processo de permuta, que implica a entrega do Palácio dos Biscainhos, de sua propriedade, ao Estado Português e, em troca, a CIM Cávado ficará com o Recolhimento das Convertidas, mas não têm sido noticiados desenvolvimentos nesta matéria.
Sem novidades, mas com o edifício cada vez mais degradado a ASPA, juntamente com a CIVITAS Braga, UMAR, APAV, Tin.Bra e SUONART exigem ação por parte das entidades competentes. Sugerem, por isso, "a criação de um espaço de memória do Recolhimento das Convertidas, a aproximação à comunidade académica, através da promoção da investigação, do estudo e divulgação da condição feminina em Braga, em Portugal, na Europa e no Mundo, e que o mesmo seja aberto à comunidade" para visitas.