Regional 26.08.2021 13H49
Recuperação tem sido "gradual" nos ginásios de Braga
A RUM conversou com dois empresários do setor do fitness. Número de praticantes também tem vindo a crescer.
Os ginásios na cidade de Braga estão a conseguir cativar cada vez mais praticantes. A RUM conversou com dois empresários do setor do fitness que adiantam que a recuperação, depois do encerramento devido à pandemia de covid-19, tem sido “gradual”, mas já há quem possa dizer que os últimos meses foram "maravilhosos".
Em 2021, o N14 CrossFit perdeu cerca de 30% da faturação, sendo que nos últimos três, que habitualmente são marcados por uma menor adesão aos espaços ligados ao fitness, cresceu quase 20% em termos de sócios ativos.
"Desde que reabrimos temos tido muita procura", começa por referir José Sousa, proprietário e CEO do espaço. Esta procura chega de pessoas que por norma não tinha o hábito de praticar exercício físico e também de pessoas que decidiram mudar de ginásio. "A recuperação tem sido francamente positiva, o que nos deixa bastante otimistas em relação ao futuro", afirma.
Para o responsável, os fatores de sucesso do seu espaço estão relacionados com as metodologias e serviço que vendem, assim como com a proximidade do profissional com o cliente. Caraterísticas que, segundo José Sousa, são valorizadas pelos praticantes.
Já Ricardo Sobral, gerente do FlexGym, é mais contido nas palavras. Registou quebras, ao nível da faturação, na ordem dos 40%, sendo que mesmo com estes resultados conseguiu não despedir nenhum dos colaboradores. O responsável acredita que na Primavera de 2022 será possível retomar totalmente a confiança dos bracarenses e regressar a níveis de faturação pré-pandemia. A recuperação, afirma, tem sido feita "mês a mês".
Também neste estabelecimento o número de praticantes tem vindo a evoluir favoravelmente. 95% das receitas do FlexGym são provenientes das mensalidades.
A associação que representa os ginásios (Portugal Ativo | AGAP) defende que empresários do setor "foram ignorados na segunda fase de desconfinamento" e que o sector do fitness "está incompreensivelmente em contraciclo com o resto do país".
A premissa também é defendida pelos dois empresários bracarenses. José Sousa garante que o Governo está mais preocupado em investir na cura da doença do que a potenciar a qualidade de vida. “A falta de apoios não me surpreende. Não é um setor prioritário. Basta olhar para eles (nossos governantes) para perceber que a atividade física e saúde não é prioridade”, diz.
Ricardo Sobral também sente que os ginásios foram “esquecidos”, sendo que, na sua opinião, ficaram para trás. O empresário considera que a norma aplicada pela Direção-Geral de Saúde de obrigar a um afastamento de 3 metros é algo “impensável”.
No caso do N14, a experiência de treino não sofreu grandes alterações, visto que o material é de uso individual. A higienização foi reforçada em ambos os espaços. Os empresários pedem mais medidas e apoios.
Segundo a AGAP, desde Março de 2020 não foram registados surtos em ginásios portugueses.