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Vanessa Batista

Cultura 19.11.2019 17H55

José Mário Branco. "Uma referência. Um lutador contra as injustiças do mundo"

Escrito por Vanessa Batista
Cantor faleceu esta terça-feira, 19 de Novembro, aos 77 anos.
Homenagem a José Mário Branco.

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Um “irmão” que utilizou a arte para lutar pelos valores da liberdade, igualdade e fraternidade. Foi com estas palavras que Tino Flores, músico, descreveu o amigo de longa data que partiu esta terça-feira, 19 de Novembro, aos 77 anos. 


Tino Flores não escondeu a tristeza e saudade crescente no momento de recordar o cantor, compositor, arranjador e produtor José Mário Branco. Um artista que "criou obras de arte poéticas e músicas de uma beleza e eficácia únicas", disse à RUM. Para Tino Flores, o amigo era um "homem direccionado para todas as dimensões. Desde as ciências até às artes". José Mário Branco "foi, é e vai continuar a ser um exemplo" no mundo da música e da luta pelos direitos universais.


José Mário Branco foi na sua juventude dirigente da associação católica e membro do Partido Comunista. Perseguido pela PIDE, esteve depois exilado em França, em 1963Regressou a Portugal em 1974 e, após o 25 de Abril, fundou o Grupo de Acção Cultural – Vozes na Luta (GAC) com vários músicos politicamente activos. 


Desse tempo, Tino Flores, que fez parte do GAC, destaca a função "desinquietante" do grupo que utilizava a sua arte para lutar contra as injustiças no mundo tal como entoavam na canção "Alerta". 


"Pela independência nacional, contra o domínio das grandes potências. Fora o imperialismo internacional que tem nas mãos metade de Portugal" - excerto da letra da música "Alerta" - tema com o qual participaram no Festival RTP da Canção em 1975.


Também o actor António Durães se cruzou com José Mário Branco, "uma referência nacional". Um artista que fez parte da vida de muitos portugueses apesar de alguns não o conhecerem, esteve lá através da sua obra. 

António Durães confessa que não era próximo de José Mário Branco, no entanto este fez parte da sua vida "num período importante". "Aprendi com ele a ser um pouco mais livre", confessa.


Em declarações à Universitária, houve espaço para partilhar recordações do artista que tinha por hábito fumar uma pensativa "cigarrilha". Em 2012 trabalharam juntos para o projecto Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012. "Guardo comigo a sua generosidade e a sua capacidade imensa de se entregar inteiro aos outros, principalmente, aos mais jovens", disse num dia que classificou como "triste".

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