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Vanessa Batista / RUM 
Vanessa Batista

Regional 16.09.2020 12H17

Regime presencial não é unânime entre pais e alunos

Escrito por Vanessa Batista
A Escola Secundária Sá de Miranda começou, esta quarta-feira, a receber os novos alunos. A RUM foi conhecer a visão dos alunos e encarregados de educação sobre este novo ano lectivo.
Ouça aqui algumas das preocupações de pais e alunos.

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“Bem vindos”. Foi com esta mensagem que a Escola Secundária Sá de Miranda recebeu, esta quarta-feira, os novos alunos do 10º ano. Os portões abriram-se por volta das 9h00. À porta, dois assistentes operacionais anotavam o nome e turma, respectivamente, para além de assegurarem que todos desinfetavam as mãos antes de acompanharem as directoras de turma.


A RUM acompanhou este primeiro dia marcado por muitos receios e poucas certezas quer do lado dos estudantes como dos encarregados de educação. Uma coisa parece ser certa, este ano os resultados estão, para já, em segundo plano. Não contrair o vírus SARS-COV-2 é a grande preocupação. 




“Por minha vontade a minha filha ficava em casa”.


Ana Neves acompanhou a filha no primeiro dia de aulas. Na sua opinião, o ensino presencial não é, neste momento, a melhor opção. “Não sinto segurança”, começa por afirmar a bracarense que olha para a falta de assistentes operacionais como mais um factor de ansiedade.


“Não tenho confiança nos transportes públicos nem no distanciamento dentro das salas de aula. Para já não posso colocar em causa a higienização dos espaços. Não sei como vai funcionar a cantina. Vamos ver. Tenho de conhecer o horário depois vou tomar algumas decisões”, confessa.


Filipa Neves partilha da mesma opinião e preferia ter aulas à distância, mesmo tendo consciência das dificuldades em aprender os novos conteúdos.  


Quanto à decisão de proibir a utilização dos chuveiros nos balneários, Ana Neves considera uma medida necessária. Porém, é fundamental garantir a higiene pessoal dos alunos caso tenham Educação Física no primeiro bloco da manhã e permaneçam no estabelecimento de ensino até a final do dia.  



“Só espero que saibam o que estão a fazer”.


Este é o primeiro dia de Cláudio Talaia na Escola Secundária Sá de Miranda. Com a facilidade de viver a três minutos do estabelecimento de ensino, não está alarmado no que toca às questões relacionadas com a cantina e balneários. Contudo, visto que os casos de Covid-19 estão a aumentar e tudo aponta para uma segunda vaga tem algumas dúvidas em relação ao regime presencial.


“Só espero que tudo corra bem. Tenho 26 pessoas na minha turma e pelas fotografias que vi o distanciamento parece estar garantido. Estará um aluno por mesa. Acho que o maior problema será nos intervalos. Vi nos meios de comunicação que vão proibir ajuntamentos de mais de quatro pessoas, mas vai ser difícil controlar isso”, defende.  



Única preocupação é não contrair o vírus.


Ao longo da manhã, esta foi a frase mais referida pelos alunos. Margarida Sousa e Lara Gomes, chegam da freguesia de Pedralva, e esta quarta-feira já sentiram algum desconforto na viagem de autocarro até à Escola Secundária.


As jovens defendem o regresso às aulas presencias. “Não aprendíamos basicamente nada”, começa por dizer Margarida Sousa.


Já Lara Gomes não tem dúvidas que este será um ano “difícil”, no entanto, em casa não conseguia “perceber bem a matéria”. “Praticamente não tínhamos testes”, alerta. Ambas as estudantes vão recorrer à cantina para fazer as suas refeições, visto que necessitam de 15 minutos para chegar às suas habitações.  



Confiantes no regresso às aulas presenciais.


Alexandra Nunes está em Portugal desde Março. Na altura não conseguiu inscrever o filho no ensino público. Confia nas medidas implementadas pela escola, mas vai aguardar pela reunião desta quinta-feira para perceber o que vai realmente ser feito. Para já os transportes públicos não são uma opção.


Para Rosana Macedo o regresso ao regime presencial é ainda uma “incógnita”. Optou por acompanhar a filha neste primeiro dia para perceber qual o comportamento dos jovens. A realidade não foi a que estava à espera, muitos estudantes aguardavam pela abertura dos portões sem máscara.  






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