O vimaranense Rui Oliveira foi reeleito para um segundo mandato na liderança do Conselho Nacional de Juventude (CNJ). O antigo líder da AAUMinho prossegue como presidente da direção da estrutura juvenil, num ano em que haverá dois atos eleitorais.

Em entrevista à RUM, Rui Oliveira adianta que o CNJ desenvolverá campanhas de apelo ao voto, para incentivar os jovens a participar nas eleições legislativas, europeias e regionais dos Açores.

“O CNJ fará campanhas de apelo ao voto, junto das universidades, politécnicos e escolas secundárias, preparando os jovens que ainda não votam para a importância de o fazerem”, adiantou.

Apesar da elevada abstenção registada nas últimas eleições, Rui Oliveira diz que a perceção de que os jovens votam menos pode estar relacionada com o facto de “termos hoje muitos menos jovens do que tivemos no passado”, porque “os dados ao nível percentual não mostram que os jovens votem muito menos, que as gerações mais velhas”. “Em alguns locais, segundo os dados que nós temos, os jovens votavam um bocadinho mais que a média”, acrescentou. Ainda assim, admite que este é “um problema crónico do país”, que deve perceber que “não ir votar não é um sinal de protesto”.

CNJ vai continuar a reivindicar soluções para os jovens junto dos decisores políticos

Habitação e emprego são alguns dos entraves que os jovens enfrentam, nos dias de hoje. Rui Oliveira garante que o CNJ vai continuar a reivindicar melhores condições juntos dos decisores políticos, tal como tem feito até aqui.

“Quando falamos em questões como a subida dos salários, contratação coletiva, que continua a ser uma questão que em Portugal está por resolver, habitação ou retenção de talento, falamos de algumas reivindicações que o CNJ tem levado junto dos decisores políticos, procuramos alternativas e sugerimos”, apontou.

Rui Oliveira é presidente da Direção do CNJ desde 2022. Nos últimos dois anos, destaca o Encontro Nacional de Juventude, a concretização dos Conselhos Regionais de Juventude e a abertura de uma delegação na Maia, para descentralizar as iniciativas.

Quando assumiu funções, tinha como principal meta “dar estabilidade à vida do CNJ”. O Encontro Nacional da Juventude, que se realizou em Guimarães, “foi importantíssimo, de afirmação do CNJ e de grande discussão”, destaca o responsável. Outro dos objetivos está ligado à “capacidade de estarmos mais espalhados pelo país” e, para isso, além da sede em Lisboa, abriram uma delegação na Maia, “para poder ter mais facilmente contato com esta zona do território”. “Os Conselhos Regionais de Juventude são um dos intuitos fundamentais do CNJ, para que não esteja só centralizado em duas áreas metropolitanas e que vai à procura daquilo que são as dificuldades de cada uma das regiões e trabalhar muito mais próximo do poder local”, disse ainda.

O site do CNJ tem, agora, uma área dedicada à partilha de sugestões, por parte dos jovens. Segundo Rui Oliveira, essas mesmas sugestões serão analisadas em breve.

Para o mandato de 2024/2026, concorreram duas listas. Rui Oliveira, em representação do Corpo Nacional de Escutas, viu a seu projeto revalidado com 25 votos, contra os 9 votos recebidos pela Federação Académica de Medicina Veterinária e um voto em branco.

Na direção, estão ainda João Machado (Juventude Popular), José Silva (Erasmus Student Network), Leonor Pinto (Associação Nacional de Estudantes de Nutrição), Luís Marques (Federação Nacional dos Estudos Europeus), Michael Nunes (JE Portugal), Miguel Cardoso (AIESEC), Mourana Monteiro (Associação dos Escoteiros de Portugal) e Pedro Henriques (Projecto Ruído).

Já a Mesa da Assembleia Geral é composta pelo Presidente, João Pedro Pereira (Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico) e Vice-Presidente, João Pedro Costa (Juventude Socialista).

Quanto ao Conselho Fiscal, o lugar de Presidente vai ser ocupado por Ricardo Nora (Federação Académica de Desporto Universitário), a par de dois vogais, João Pereira (Federação Nacional de Associações de Estudantes de Enfermagem) e Juliana Soares (Conselho Nacional de Estudantes de Direito).

O CNJ, fundado em 1985, é a plataforma representativa das organizações de juventude de âmbito nacional, abrangendo as mais diversas expressões do associativismo juvenil (culturais, ambientais, escutistas, partidárias, estudantis, sindicalistas e confessionais).