Regional 25.04.2025 16H10
Sameiro Araújo. “É preciso estarmos preparados para as novas batalhas”
Com a presença de todos os partidos eleitos representados a exceção do Chega, a Assembleia Municipal de Braga realizou uma sessão extraordinária alusiva à Revolução do Cravos.
A vice-presidente da Câmara de Braga, Sameiro Araújo, sublinhou esta sexta-feira que “é preciso continuar a lutar pelas conquistas” do 25 de Abril, mas também, estarmos preparados para “as novas batalhas que precisamos de enfrentar”. A autarca falava na sessão extraordinária comemorativa da Revolução do Cravos da Assembleia Municipal, esta sexta-feira, no Espaço Vita, com a presença de todos os partidos representados à exceção do Chega.
Para Sameiro Araújo, a liberdade é um “bem precioso”, que deve ser cuidado e defendido todos os dias. Sublinhou que a democracia “não é um dado adquirido” e espera que a data inspire a todos, a serem “melhores cidadãos e mais solidários”. “Nunca esquecer que a liberdade é uma luta constante e é com este espírito que devemos continuar o nosso trabalho, com coragem e com confiança”, referiu, acrescentando que é preciso ter “consciência que a transformação começa pela nossa terra”.
Já o deputado municipal, António Lima, do Bloco de Esquerda, recordou os momentos que viveu há 51 anos, enquanto estava em Lisboa a cumprir serviço militar, a aguardar “ansioso as ordens dos oficiais superiores que não se entendiam”. O bloquista recordou o “ambiente da cidade” e a “alegria e as lágrimas do povo que saiu à rua em festa e rapidamente percebeu que podia exercer e tomar o poder pela porta” aberta.
Pedro Macedo, do PPM, apontou a necessidade de explicar aos mais jovens que esta data “marca o reatar de uma democracia e a implementação de uma nova constituição, com mais direitos, liberdades e garantias”, enquanto Rafael Pinto, do PAN, acrescentou que o 25 de Abril é uma questão de “princípios, democracia, liberdade, tolerância e empatia”. Para Bruno Machado, da Iniciativa Liberal, é preciso questionar se o país está a construir cidades “onde as pessoas são verdadeiramente livres para escolher, empreender e criar”.
O deputado independente José Carlos Vaz da Silva, eleito pelo Aliança, recordou que esta data “não é um caminho de chegada, é um compromisso permanente com a liberdade, com a justiça social e com a dignidade de cada pessoa”, enquanto Sandra Cardoso, da CDU, vincou que é preciso reforçar que o que aconteceu em 1974 “foi uma revolução, um processo de rutura total com o regime”. Para Carlos Neves, do CDS-PP, o ocorrido foi “o renascimento da esperança, poesia na rua e a democracia a desabrochar”.
Pelo PS, o deputado municipal José Eduardo Gouveia, vincou que o 25 de abril trouxe a oportunidade “de construir um Portugal pelas próprias mãos”. “A profunda escuridão cunhou um país desgraçado, triste e sem nada, quando nos demos conta, o mundo à nossa volta evoluía e Portugal mal sabia ler e escrever”, lembrou.
A "indiferença e resignação são as maiores ameaças" para as conquistas da democracia, apontou também o deputado municipal do PSD, João Marques. Para o social-democrata, as conquistas de Abril estão “em risco”, porque “os seus inimigos já não o renegam, mas fingem ser fiéis”. “A liberdade já não se vira contra a ditadura, mas agora contra as próprias liberdades”, finalizou.