O Departamento Desportivo dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM) está a trabalhar numa resposta diferenciadora nas futuras residências universitárias de Braga e Guimarães, cuja conclusão das respetivas empreitadas está prevista para o final do 1º semestre de 2026, uma vez que se referem a obras financiadas pelo PRR. Atualmente a UMinho disponibiliza três infraestruturas desportivas, - incluindo pavilhão e ginásio, - em Gualtar e de Azurém, além de uma resposta desportiva "diferenciadora" na residência Universitária de Santa Tecla, em Braga. A instituição pretende avaliar melhor os comportamentos e preferências da sua comunidade para adaptar recursos e estimular a prática de atividade física.

Sublinhe-se que a academia minhota disponibiliza mais de 50 modalidades, e é reconhecida internacionalmente pela sua capacidade de organização de campeonatos internacionais, apesar de se tratar de uma instituição de ensino superior sem licenciatura em desporto. Com um conjunto alargado de estudantes federados, premeia anualmente o mérito desportivo também com o objetivo de fomentar o espírito competitivo aliado ao sucesso académico.

Menos de 20% dos estudantes da UMinho fazem desporto na instituição

No 3º episódio do podcast UMind o tema foi o movimento, a prática de exercício físico na academia, as vantagens e as dificuldades em conciliar calendários apertados. Ainda que os referidos recintos desportivos possam ser utilizados por estudantes, docentes, investigadores e trabalhadores não docentes, o diretor do departamento desportivo, João Ribeiro, revela que a utilização das instalações desportivas da instituição por menos de 20% dos estudantes da UMinho "é pouco". "A nossa expressão de utentes [comunidade académica] no nosso serviço ronda 70% de estudantes, 10% de comunidade docente e trabalhadores e a restante percentagem é comunidade externa". Notando que a população académica são mais de 20 mil alunos, apenas 4000 a 4500 utilizam os equipamentos desportivos disponibilizados. "Do nosso ponto de vista ainda é um valor muito baixo considerando o que entendemos que seria aceitável. Estamos a falar em nem 20% de população estudantil ativa e gostaríamos de pelo menos tentar atingir os 30% e, ainda assim não é o aceitável", assume.

"Estudantes com estilos de vida ativa parecem ter uma maior capacidade de gerir as suas tarefas e a avaliação"

Através de inquéritos aquando do ingresso dos estudantes na UMinho, os SASUM analisam os hábitos dos jovens que entram, mas há ainda mais trabalho a fazer do ponto de vista da auscultação para que mais estudantes e outros membros da academia minhota utilizem as instalações de Braga e Guimarães com frequência, confirmando a prática de exercício físico tendo em vista o bem-estar de cada um e a promoção de estilos de vida mais saudáveis. Até porque, sublinha o especialista e docente de Psicologia da UMinho, Rui Gomes, os estudos comprovam a impacto positivo na vida de cada um, seja ele estudante ou não, no rendimento académico mas também profissional. "Estudantes com estilos de vida ativa parecem ter uma maior capacidade de gerir as suas tarefas e a avaliação", aponta. Os conselhos são vários incluindo aos menos corajosos, mais desmotivados ou aqueles que dizem não gostar de desporto.

Rui Gomes garante que "a prática de exercício físico pode ser adaptada à necessidade". 

"Em primeiro lugar, que resista àquela sensação de frustração e de negativismo, porque há tantas formas de o exercício físico ser adaptado que é possível encontrar a modalidade certa para aquela pessoa. E em segundo lugar, é muito importante que as pessoas encontrem uma boa razão para o começar a fazer e isso pode ser muito diferente de pessoa para pessoa", aconselha.

A sobrecarga dos estudantes universitários é uma das principais justificações da comunidade académica assumindo dificuldade em dedicar tempo à prática de atividade física.

[João Ribeiro e Rui Gomes passaram pelo terceiro episódio do podcast UMind]

UMinho quer chamar estudantes que praticam desporto fora das instalações da academia minhota

E para aqueles que praticam desporto, mas fora dos equipamentos desportivos da instituição, os SASUM preparam-se para desenvolver um novo inquérito que pretende avaliar as razões para a prática de exercício sem recorrer às instalações que disponibiliza. João Ribeiro explica que este passo visa colocar a instituição a apresentar "soluções alternativas". 

Combater comportamentos sedentários, promover a adoção de estilos de vida saudáveis são alguns dos desígnios da instituição.