Academia 28.09.2022 12H25
SASUM vão gerir novas residências de Braga e Guimarães
O edifício de Guimarães foi cedido pela autarquia à Universidade do Minho. Já a Fábrica Confiança continua a ser propriedade da CM de Braga que será a dona da obra.
Os Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM) vão ser responsáveis pelas novas residências universitárias, a construir no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, nas cidades de Braga e Guimarães.
Na última noite, em entrevista ao programa Campus Verbal, o reitor Rui Vieira de Castro explicou que uma das reivindicações da instituição junto das autarquias passou pela gestão destes edifícios.
“Serão os SASUM a fazer a gestão das duas novas residências. São serviços bastante experimentados na gestão deste tipo de edifícios e foram determinantes nos projetos que foram candidatados”, justifica.
Em Braga trata-se da residência universitária na antiga Fábrica Confiança. Em Guimarães será no edifício da antiga Escola de Santa Luzia, com capacidade para 150 camas.
Reitor estima que em 2025 a UMinho disponha de 2300 camas em residências universitárias
Com duas novas residências universitárias ao dispor da academia minhota a partir de 2025, se os prazos estipulados forem cumpridos de forma rigorosa, a Universidade do Minho será uma das instituições de ensino superior com mais camas para os seus estudantes a nível nacional, ainda que continue muito longe de cobrir o número de estudantes bolseiros. Segundo o reitor, a UMinho passará de 1400 camas para cerca de 2300 camas no total.
Com seis mil estudantes bolseiros, e num grupo em que parte “significativa” são estudantes deslocados, mesmo que todas as camas fossem dedicadas a alunos carenciados, a capacidade de resposta continuaria a ser insuficiente. No entanto, sublinha Rui Vieira de Castro, a UMinho “é das que tem uma taxa de cobertura mais interessante quando se pondera o número de camas pelo número de estudantes que a instituição tem”.
Câmara Municipal de Braga será "dona da obra" na antiga Fábrica Confiança
No caso de Guimarães, a Universidade do Minho é a dona da obra, já em Braga, a Câmara Municipal de Braga é que será responsável pela execução do projeto e dos trabalhos até ao fim.
Recorde-se que um conjunto significativo de camas serão direcionadas para bolseiros na antiga Fábrica Confiança, mas “haverá uma faixa de camas em que isso não acontecerá”, admite o reitor, reconhecendo que os preços serão objeto de controlo. “Há valores diferenciados para bolseiros e não bolseiros e este princípio deve ser aplicado nas novas residências”, diz.
Concursos das obras lançados no primeiro trimestre de 2023
Tudo aponta para que os concursos das respetivas obras sejam lançadas no primeiro trimestre de 2023, tanto em Braga como em Guimarães, sendo 2025 a data estimada para a abertura de portas das duas residências universitárias da instituição de ensino superior minhota. No entanto, a crise no setor da construção civil e até o número de concursos públicos onde não têm surgido sequer empresas interessadas pode ser um risco para a conclusão destes objetivos. Além disso, recorde-se, estes são projetos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com regras específicas.
Uma das queixas apontadas recentemente pelo presidente da AAUMinho está relacionada com a degradação das residências atuais. Neste ponto, Rui Vieira de Castro garante que apesar dos constrangimentos financeiros, a instituição vai investir nos edifícios atuais. “Vamos ter um plano de intervenção. Já fizemos intervenções na rede wi-fi, particularmente crítica. É um esforço continuado a que os SASUM estão obrigados”, assume.
Inflação de preços no setor privado preocupa reitoria
Rui Vieira de Castro lamenta que o número de camas colocadas ao serviço de estudantes esteja a diminuir também no setor privado, a par do aumento do valor das rendas. O reitor fala numa realidade “preocupante” que exige uma atenção redobrada por parte da instituição e do governo já que o alojamento é muitas vezes um fator crucial para a continuidade de estudantes economicamente carenciados.
Numa altura em que está a ser construída uma residência universitária privada ao lado da antiga Fábrica Confiança, Rui Vieira de Castroa afirma que “toda a oferta é bem-vinda” avisando, no entanto, que “há compromissos que o Estado não pode abdicar”.