Chega de Portimão a inspiração para o projeto que os utentes da Academia Sénior de Braga querem implementar no concelho. Deslumbrados com a Aldeia de São José de Alcatar, onde mais de 100 idosos estão a viver uma experiência comunitária, uma ideia de um padre que defende o direito de envelhecer, com apoio, mas sem muros.

Aproveitando a visita do arcebispo à Academia Sénior, esta terça-feira, o desafio foi lançado. D. José Cordeiro não nega à partida a possibilidade de “articular esforços e sonhar em grande”. “Hoje a longevidade é maior e, por isso, precisamos também de concretizar algo mais positivo e que possa ser realizável no nosso meio”, acrescentou.

A colaboração com o município, e quem sabe o próprio Governo, “pode prolongar-se em muitos outros projetos concretos, como já acon tece com outras áreas”, afirmou ainda.

A academia Sénior, que funciona atualmente no Mercado Municipal, conta, atualmente, com 568 alunos. Em lista de espera estão mais 300. No entanto, para que todos possam ter lugar são necessárias “novas instalações”. A vice-presidente do município, Sameiro Araújo, adianta que a autarquia tem procurado novas soluções, mas “não tem sido fácil, uma vez que é necessário encontrar um espaço com, pelo menos, seis salas com uma dimensão significativa”.

Quanto às possíveis colaborações com a Igreja, para dar mais e melhores respostas aos mais velhos, Sameiro Araújo não tem dúvidas de que estas parcerias “são para continuar”. “Temos aqui um caminho para percorrer, que eu penso que poderá e deverá ser um caminho de sucesso”, finalizou.

D. José enalteceu ainda que a Academia Sénior “trata-se da escola da vida”. “A memória não é apenas o recordar as coisas do passado, é ser capaz de projetar o futuro a partir do grande depósito que cada um transporta consigo”, afirmou o arcebispo durante a visita. Além disso, quis deixar uma mensagem: “Nós envelhecemos, porque é a lei natural, mas renascemos interiormente. É o coração que nunca envelhece”.