O coletivo SillySeason apresenta esta quinta e sexta-feira, às 21h30, ‘O Rei Édipo’, de Sófocles, no Theatro Circo, em Braga. Trata-se de uma história trágica com mais de 250 anos, reinterpretada à luz da contemporaneidade.

"Édipo é o protagonista da história que dirige uma cidade doente. Como dirigente percebe que tem de salvar a população da peste e à medida que vai avançando na narrativa e reunindo as provas para perceber a causa daquela doença, percebe que toda a investigação vai dar a ele próprio, ou seja, de herói passa a herói trágico", explica o diretor artístico do coletivo SillySeason, Ivo Saraiva e Silva.

Segundo o também ator e dramaturgo, a obra clássica "fundou o pensamento ocidental e a história do teatro" e na versão que o coletivo propõe, o público é convidado a "questionar o passado e a refletir sobre as temáticas, conceitos e preconceitos que ainda hoje são visíveis".

"Nas nossas peças tentamos sempre comunicar o texto clássico com outros contextos que passam pelo contexto da casa, que é um lugar muito confortável e íntimo, mas também pelo contexto da casa grande, ou seja, onde nós todos vivemos, numa cidade. E, portanto, ao falarmos do reino do Édipo, estamos a falar também de um Estado, de um país ou de uma Europa, e vamos navegando por todas estas dimensões do particular para o universal", refere.

De acordo com Ivo Saraiva e Silva, há sempre uma relação entre o passado e o presente. "A história deu-nos coisas muito favoráveis, como a evolução, mas também passou por etapas menos favoráveis e que nós herdamos e que temos de pensar de que forma é que nos podemos responsabilizar", esclarece.

O espetáculo conta também com uma componente digital permitindo ao público visualizar, de forma virtual, o castelo de Édipo. A interpretação estará ao cargo de Cátia Tomé, Ivo Saraiva e Silva, Mónica Calle, Rafael Carvalho, Ricardo Teixeira e Vítor Silva Costa.