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Ariana Azevedo

Academia 27.06.2025 08H29

Só 30% dos estudantes concluem mestrado no tempo esperado e licenciaturas ficam abaixo dos 50%

Escrito por Ariana Azevedo
Abandono escolar no ensino superior continua a aumentar: em 11 cursos, todos desistiram.

O abandono escolar no ensino superior continua a aumentar e há 11 cursos onde todos os alunos desistiram. A taxa de conclusão no tempo previsto está longe dos objetivos, de acordo com os dados atualizados no portal InfoCursos, divulgados em vésperas do concurso nacional de acesso ao ensino superior.


Apenas 29,7 por cento dos alunos que frequentam mestrados de dois anos conseguem terminá-los no tempo esperado. No caso das licenciaturas iniciadas em 2017/2018, só 45,6 por cento dos mais de 51 mil alunos terminaram o curso em três anos. Os cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP) registam a taxa de desistência mais elevada, com 28,1 por cento dos estudantes a abandonarem logo no primeiro ano.


Um ano após a matrícula, 13,2 por cento dos novos estudantes já não estão inscritos no ensino superior. O abandono é mais acentuado nos CTeSP (28,1 por cento), seguido dos mestrados de segundo ciclo (15,9 por cento) e das licenciaturas (11,2 por cento). Os mestrados integrados são a única tipologia com uma ligeira melhoria, com a taxa de desistência a cair para 3,1 por cento.


Apesar do panorama geral preocupante, os cursos de Medicina continuam a apresentar os melhores resultados. Nos mestrados integrados da área da Saúde e Proteção Social, a taxa de conclusão no tempo esperado ultrapassa os 82 por cento, chegando aos 90,6 por cento ao fim de seis anos.


No sentido oposto, destacam-se os casos mais graves: 11 cursos em que todos os alunos desistiram. São exemplos disso mestrados como Realização para Cinema Documental, da Universidade Lusófona, Técnicas de Arqueologia, do Politécnico de Tomar, e Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, da Escola Superior de Saúde de Santa Maria, no Porto.


Foram identificados também 364 cursos onde nenhum dos novos inscritos conseguiu concluir no tempo previsto, sendo que 91 por cento destes eram mestrados de segundo ciclo. Por outro lado, apenas 22 cursos conseguiram uma taxa de conclusão de 100 por cento, sendo a maioria mestrados.


Por áreas de formação, os cursos de Educação apresentaram a taxa de conclusão mais elevada (63,7 por cento), enquanto as Tecnologias da Informação e Comunicação registaram a mais baixa (27,2 por cento). Na área com mais estudantes, Ciências Empresariais, Administração e Direito, a taxa foi de 45,8 por cento.


Apesar das dificuldades em concluir os cursos no tempo esperado, os dados de empregabilidade são positivos. O número de cursos com taxa de desemprego zero duplicou, passando para 87 formações, representando 7,6 por cento do total. Destacam-se áreas como Medicina, Direito e Física. Já a percentagem de recém-diplomados inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional caiu para 2,4 por cento no ensino público e 2,5 por cento no privado, os valores mais baixos desde pelo menos 2015.


A presença de estudantes estrangeiros também tem crescido, sobretudo nos mestrados, onde representam atualmente 26,4 por cento dos inscritos. Em algumas formações, como Medicina Dentária, já são maioria. Na Universidade Fernando Pessoa, por exemplo, 76 por cento dos estudantes dessa licenciatura são estrangeiros.

A média final de conclusão dos cursos ronda os 14 valores nas licenciaturas, subindo para 15 valores no total dos cursos. Houve ainda dois casos de estudantes que terminaram a formação com 20 valores.


Os dados estão disponíveis no portal InfoCursos, que fornece estatísticas sobre empregabilidade, abandono, desistência, médias de entrada e de conclusão no ensino superior.


c/Lusa

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