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Liliana Oliveira

Regional 12.09.2019 16H54

Suspenso pela Randstad diz desconhecer motivo

Escrito por Liliana Oliveira
Nuno Geraldes foi suspenso a 9 de Julho. Dois meses depois, diz não saber o que originou a suspensão. Sindicato ameaça avançar com queixa na ACT e na Justiça se o trabalhador não for reintegrado.
Nuno Geraldes e Manuel Afonso a propósito da suspensão

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Nuno Geraldes, trabalhador da Randstad e a prestar serviço à Concentrix, no call center em Braga, está suspenso das suas funções desde o dia 9 de Julho.

Segundo o próprio, a empresa ter-lh-á feito uma proposta para abandonar o seu posto de trabalho um dia antes da suspensão, uma proposta que Nuno terá recusado, porque, afirma, querer continuar a trabalhar.

Numa conferência de imprensa, esta tarde, em frente ao call center, o trabalhador explicou que lhe “foi colocada uma carta à frente, a dizer que estaria suspenso para investigação de algo que é uma situação gravíssima, mas não diz qual é e não há qualquer prova”.


Questionado, Nuno Geraldo diz “não haver nenhuma situação em particular”. “Já trabalho aqui ainda isto pertencia a IBM, trabalhei para a ADECCO, agora para a Randstad, e nunca houve problema com nenhuma das entidades patronais. Sou reconhecido, quer por eles, quer pelos colegas, como um trabalhador exemplar, quer a nível técnico, quer na relação com os outros”, apontou Nuno Geraldes.

O trabalhador e também dirigente nacional do Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC)afirma ainda que “tendo em conta os prazos, sem acusão, começa a configurar-se como um caso de perseguição sindical”.

Suspenso mas a receber vencimento, embora não na quantia total, Nuno diz que não está disposto a negociar nada, a não ser a sua reintegração na empresa, “para exercer a actividade profissional e sindical”.

“Sempre cumpri os objectivos, cheguei a ganhar os prémios de produtividade da empresa e era colocado noutro tipo de funções para formações de funcionários”, justificou.


Esta segunda-feira, 9 de Setembro, fez precisamente dois meses desde a suspensão.

Ora, o Sindicato dos Trbalhadores de Call Center frisa que “o prazo final para a presentação de nota de culpa por parta da empresa já foi superado”.

Assim, Manuel Afonso, dirigente do STCC, adiantou esta tarde que o sindicato está disponível para “mobilizar os colegas” por forma a “exigirem o retorno do Nuno”. “Estamos convencidos que vão estar solidários e a empresa não terá grandes alternativas. Queríamos que o assunto se resolvesse antes de darmos um passo em frente, ou seja, avançar com uma queixa na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e, se for necessário, seremos obrigados a avançar directamente para a Justiça”.


"A suspensão foi motivada pela suspeita de violação do dever de confidencialidade"


Contactada pela RUM, a Randstad esclarece que o trabalhador "está suspenso preventivamente no âmbito de um procedimento disciplinar, que se encontra em fase de inquérito prévio". "A suspensão foi motivada pela suspeita de violação do dever de confidencialidade a que o trabalhador está obrigado, violação essa, que a verificar-se, ganha especial censurabilidade por se tratar de dirigente sindical", lê-se ainda na nota de esclarecimento enviada à Universitária.

A Randsad garante que "a motivação da suspensão é do conhecimento do trabalhador" e que "o processo em curso está a seguir os trâmites legais, cumprindo escrupulosamente o dever de informação da fase em que se encontra".


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