‘Se Desta Janela, Debruçando-me’ é o nome da peça que estreia, esta semana, no Theatro Circo. Trata-se de um espetáculo de dança que parte da peça de teatro estático ‘O Marinheiro’ de Fernando Pessoa. 

O texto dramático, escrito em 1913 e considerado como uma obra do modernismo, centra-se na reflexão em vez da ação. Além disso, contém traços simbolistas, visto que apresenta um caráter filosófico e misterioso, colocando em questão a própria realidade. À RUM, Paulo Brandão, criador e encenador, fala de um espetáculo "intenso" que relaciona os dois períodos temporais, o do poeta português e o da atualidade.

No texto original, três mulheres velam uma morta enquanto questionam a realidade e sonham com um marinheiro. De acordo com o criador, a peça que subirá ao palco bracarense convida a refletir sobre "a condição da mulher e as questões de género".

Ao texto do poeta português, Paulo Brandão acrescentou o movimento. "É um espetáculo da dança pensado do ponto de vista estético, isto é, tem uma luz muito trabalhada e uma coreografia contemporânea", indica. A interpretação estará ao cargo de Carminda Soares, Maria R. Soares e Francisca Sarmento.

‘Se Desta Janela, Debruçando-me’ sobe ao palco do Theatro Circo esta sexta-feira e sábado, às 21h30.