O Theatro Circo celebra 110 anos e une-se ao gnration com dois dias de festa em maio, que marcam o arranque da programação até agosto, com mais de 50 propostas. O equipamento cultural marca esta data para continuar “relevante” no panorama nacional. O cartaz completo foi apresentado esta semana.

Aos microfones da RUM, o diretor artístico do Theatro Circo, Luís Fernandes, ressalta que a união entre o gnration e o Theatro Circo para as comemorações vem ao encontro de “promover transversalidade e comunicação” entre as duas estruturas. Durante 2 e 3 de maio o espaço marca os 110 anos com, por exemplo, uma instalação que permitirá ouvir o Cordão – Coro de Doentes e Amigos Oncológicos, um coro constituído por doentes oncológicos e os seus cuidadores, para combater o isolamento de quem lida de perto com o cancro, fundado recentemente em Braga.

No primeiro dia, Luís Fernandes aponta que decorre também o espetáculo ‘Hei-de reparar’, da dramaturga Raquel S., criado no âmbito do programa de apoio à criação artística nas artes performativas Supracasa, da Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura. No dia seguinte, a festa começa de manhã, com um DJ set de Cálculo dirigido ao público infantil, continua à tarde com uma visita guiada por Raquel S. ao Theatro Circo, para conhecer os bastidores e histórias daquele espaço.

A marcar esta data histórica, Luís Fernandes sublinha que o equipamento municipal quer manter “um olhar fresco” sobre as propostas artísticas, com atividades “desafiantes, com poder de alcance, para chegar a diferentes públicos, sempre com uma elevada qualidade”. Ainda, aponta, tem promovido alterações “muito significativas no que toca à filosofia de programação”, com a aposta em diálogos com as comunidades, programas de mediação e participação.

Para além da programação especial, há estreias nacionais em cartaz

Em maio, no dia 09, a Sinfonieta de Braga apresenta o espetáculo ‘Re:opera – Belo é o destino desconhecido’, e o músico britânico Bill Ryder-Jones atua no dia 17, “cuja música certamente vai impressionar as pessoas” destacando que vai ser a primeira vez que se apresentará em Portugal num formato de banda. “Quase a entrar no junho, há mais uma edição do ‘Crianças ao Poder’”, adianta.

Já junho, adianta Luís Fernandes, é o ponto alto da programação, “que vai ter um lugar especial na história do Teatro Circo”. Uma série de estreias invadem Braga durante o mês, nomeadamente a pianista Maria João Pires, no dia 13, os canadianos Badbadnotgood, no dia 22, e o novo projeto Sílvia & Salvador, que junta a cantora espanhola Sílvia Pérez Cruz e o cantor português Salvador Sobral, no dia 27, “que prometem um espetáculo novo”.

O jazz marca o cartaz de julho, com o regresso do ‘Julho é de Jazz’, com destaque, adianta, para Vijay Iyer Trio, no dia 3, além do saxofonista David Murray, em formato quarteto, acompanhado pelo contrabaixista Luke Stewart, o baterista Russel Carter e a pianista Marta Sánchez, no dia 5 de julho. A compositora e guitarrista Mary Halvorson atua no dia 11 com o seu Amaryllis Sextet, que conta ainda com Patricia Brennan, no vibrafone, Nick Dunston, no contrabaixo, Tomas Fujiwara, na bateria, Jacob Garchik, no trombone, e Adam O’Farrill, no trompete. Com a Orquestra de Jazz de Matosinhos, a fechar a programação.

O cineasta português Paulo Rocha é o homenageado no programa de agosto, com o tradicional ciclo de cinema do Lucky Star – Cineclube de Braga. Para além da música e da dança, Luís Fernandes aponta que o Theatro Circo conta entre maio e agosto com diversas atividades voltas para aproximar o espaço da comunidade.