Regional 19.01.2023 11H58
Braga. Trabalhadores da Aptiv exigem aumento salarial de pelo menos 100 euros
Os trabalhadores da Aptiv em Braga ameaçam ainda avançar com greve nos dias 2, 9, 16 e 23 de fevereiro caso as exigências não sejam valorizadas pela administração.
Os trabalhadores da Aptiv em Braga estiveram reunidos em plenários no início deste mês e discutiram e aprovaram o Caderno Reivindicativo, assim como o calendário de greves para os dias 2, 9, 16 e 23 de fevereiro caso a resposta da empresa não vá ao encontro das necessidades.
O aumento salarial de pelo menos 100 euros para todos os escalões, "para melhorar o poder de compra", o acrescento de uma quinta diuturnidade, "que vai permitir a valorização da experiencia dos anos de dedicação", rúbrica que a administração da empresa retirou em 2013, e o pagamento a todos os trabalhadores de um subsídio de turno de 10% e 15% para os turnos fixos e rotativos, respetivamente, "pelas mazelas dos horários que condicionam a vida pessoal, familiar e até a saúde dos trabalhadores", são algumas das reivindicações.
À RUM, Sérgio Sales, dirigente sindical do Site Norte, afirma que a atualização dos salários em 5.1% em 2022 não compensou o impacto da inflação. "Os trabalhadores consideram inaceitável tendo em conta se tratar de uma multinacional com milhões de lucro e muitos benéficos fiscais. Consideram até ofensiva a proposta que possa surgir em volta dos 5% tendo em conta o prejuízo enorme devido à inflação", refere.
A redução em 30 minutos dos horários de trabalho, a passagem a efetivos de todos os trabalhadores que ocupem postos de trabalho permanentes há mais de seis meses e ainda a redução da carreira profissional de Operador Especializado e de Operador de Logística para cinco anos e seis meses, em vez dos atuais nove anos e seis meses, são outras das propostas.
Sérgio Sales indica que os trabalhadores foram "forçados a colocar este pré-aviso de greve no mesmo espaço de tempo em que apresentam a proposta" devido ao facto de a empresa ter iniciado negociações com um sindicato que não representa a maioria dos trabalhadores.
"A empresa tem um espaço de tempo para avaliar, estudar e discutir a nossa proposta, mas o pré-aviso foi emitido para precaver aquilo que é a vontade dos trabalhadores porque conhecemos a postura da empresa. Esperemos que desta vez venha ao encontro da resolução dos problemas, mas, se não vier, os trabalhadores no dia 2 estarão disponíveis para fazer greve", garante.