Os trabalhadores da Olicargo iniciam, esta quinta-feira, uma greve de quatro dias. Em causa está o descontentamento com o aumento salarial proposto pela empresa, de 43 euros, um valor inferior ao aumento do salário mínimo.

A greve tem início às 08h00 desta quinta-feira e prolongam-se até à mesma hora de terça, sendo que os funcionários da Olicargo estarão concentrados à porta da empresa, hoje, entre as 14h e as 17h.

“Temos perdido poder de compra, o nosso ordenado, há uns anos era significativamente acima do salário mínimo nacional, mas, neste momento, está muito próximo desse valor”, disse à RUM João Oliveira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte).

Segundo o dirigente sindical, a empresa está a propor um aumento inferior aos 50 euros que foi aplicado ao salário mínimo, este ano. “Em 2020, o escalão máximo da empresa ganhava 180€ acima do salário mínimo, neste momento são 70€”, acrescentou.

A Olicargo estará a propor um aumento de 43 euros, justificando, de acordo com João Oliveira, com o facto de a “Continental não permitir que seja um valor maior”.

No último ano, este mesmo motivo levou os funcionários a concentrarem-se à porta da empresa, sediada em Ribeirão, no concelho de Famalicão. Nessa altura, lembra o sindicalista, a adesão rondou os “80% a 90%”. No entanto, agora, e depois de a empresa ter alegado o travão da Continental Mabor no aumento superior a 43 euros, os trabalhadores ficaram “revoltados” e, por isso, é esperada “uma adesão maior”. Ainda assim, o SITE-Norte diz ser expectável que o trabalho seja afetado.

Os trabalhadores da Olicargo vão estar concentrados em frente à portaria 1 da Continental Mabor, esta quinta e sexta-feira, entre as 14h00 e as 17h00 horas, mas a greve prolonga-se até 7 de abril.

A RUM tentou obter alguns esclarecimentos junto da empresa, mas, até ao momento, não recebeu resposta.