ºC, Braga
Braga

Max º Min º

Guimarães

Max º Min º

Fotografia: Marcelo Hermsdorf / RUM
Marcelo Hermsdorf

Regional 09.06.2025 18H27

ULS de Braga traz o futuro para a sala de cirurgia

Escrito por Marcelo Hermsdorf
Carlos Veiga, um dos dez cirurgiões aptos a usar o sistema robótico ‘DaVinci’, garante que o médico continua a ser o "operador do ato cirúrgico".
Ouça a reportagem completa.

false / 0:00

No último bloco operatório do corredor da ala de cirurgia do Hospital de Braga, um robô com quatro braços giratórios e elevatórios auxilia os médicos da unidade hospitalar a realizar operações.

É o sistema robótico ‘DaVinci’ que começou a ser utilizado pelos médicos em abril deste ano, após ser adquirido através de financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).


Carlos Veiga, um dos dez cirurgiões aptos a usar este equipamento, refere que o “robô é apenas um instrumento” e que o cirurgião continua a ser a pessoa que realiza a cirurgia. Sublinha que “o robô é uma interface entre o cirurgião e o doente”, que replica os movimentos realizados pelo médico. “Mas o cirurgião continua a ser o operador do ato cirúrgico”, vinca.


O paciente é um homem de 69 anos que trata um cancro no cólon, que teve uma recidiva no fígado. A utilização do robô garante uma alta precisão e um tempo menor de recuperação, além de, neste caso, “limitar o traumatismo na parede abdominal” e no acesso necessário para a cirurgia. Carlos Veiga explica ainda que a utilização deste tipo de recurso torna a cirurgia menos cansativa para os profissionais, por permitir que o cirurgião realize o procedimento numa consola e sentado.


A pouco metros de distância do utente, numa espécie de simulador, o cirurgião manipula uma consola com pequenas pinças ligadas aos dedos. Em tempo real, o profissional acompanha num ecrã os movimentos sendo replicados pelo robô ao realizar a cirurgia.


De janeiro a abril de 2025, a unidade hospitalar já realizou cerca de 16500 cirurgias gerais sem a ajuda do robô. Neste primeiro momento, as mais diversas especialidades passam por um processo progressivo de realização de cirurgias com robô, que são acompanhadas por um profissional mais experiente, proveniente de outro hospital.


Antes de realizar as cirurgias, os profissionais realizaram uma certificação “bastante exaustiva”, que passou por um processo de simulação em consola  noutros locais, além de uma visita a um centro especializado. “É todo um processo progressivo que permite ao cirurgião depois realizar as cirurgias de forma autónoma”, conclui.

Deixa-nos uma mensagem